‘Brasil é parte da solução para superar desafio de redução de emissões’, diz Joaquim Leite na COP26

Ministro do Meio Ambiente voltou a cobrar países ricos por mais investimento, destacando que a meta de 100 bilhões de dólares não foi cumprida e que já não é mais suficiente para o mundo construir uma nova economia verde

  • Por Jovem Pan
  • 10/11/2021 11h08
Marcos Oliveira/Agência Senado Novo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Alvaro Pereira Leite O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Alvaro Pereira Leite discursou nesta quarta-feira na COP26

O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, discursou nesta quarta-feira, 10, na cúpula do clima, a COP26, em Glasgow, na Escócia. Ele defendeu o governo Bolsonaro no combate ao desmatamento e à emissão de gases do efeito estufa, afirmando que o “futuro verde já começou no Brasil” e destacando as metas assumidas pelo país, além de tudo o que já vem sendo feito em em diversos setores da economia na busca de mais sustentabilidade. “Anunciamos metas climáticas ambiciosas: redução de emissões de 50% [de gases do efeito estufa] até 2030 e neutralidade climática até 2050; zerar o desmatamento ilegal até 2028; e apoio à redução global de metano. De forma proativa, demos claros sinais de que o Brasil é parte da solução para superar esse desafio global de redução emissões”, afirmou. O ministro ainda cobrou que países mais poluentes e ricos contribuam mais intensamente com a questão do clima: “Os países que historicamente e atualmente são os responsáveis pelos maiores volumes de poluição da atmosfera devem demonstrar suas efetivas ambições de financiamento nesta conferência, sem postergar ainda mais um compromisso assumido em 2015 e até o momento não realizado em sua plenitude”, disse Leite.

“É importante que os países desenvolvidos reconheçam a emergência financeira e mobilizem os recursos necessários para atingir os objetivos desejados nesta conferência. A meta dos 100 bilhões de dólares não foi cumprida. E este valor já não é mais suficiente para que o mundo construa uma nova economia verde com uma transição responsável. São necessários volumes mais ambiciosos, de fácil acesso e execução ágil, para que a transformação ocorra de forma inclusiva em cada território ao redor do mundo, prioritariamente em regiões mais vulneráveis em relação a clima e desenvolvimento econômico”, continuou o ministro do Meio Ambiente em seu discurso. Segundo Leite, o desafio global a ser superado é reverter “a lógica negativa da punição, da sanção e da proibição, para a lógica positiva do incentivo, da inovação, da priorização” para transformar a agenda ambiental em oportunidade de crescimento econômico e “geração de empregos verdes”.

Entre os principais destaques sobre a atuação verde do Brasil, Leite destacou a recuperação de terras degradas na agricultura (28 milhões de hectares) e também de floretas nativas (16 milhões de hectares), o programa de biocombustíveis brasileiro, chamado de maior do mundo, as energias renováveis, a redução de 20% dos lixões a céu aberto, redução de 75% das emissões no transporte de cargas com a implantação de mais de 5 mil km de novos trilhos para o transporte ferroviário. “Resultados como estes demonstram a força da atual e real política ambiental brasileira”, afirmou. “Mas o Governo do Brasil quer mais! Há menos de um mês, lançamos as bases do Programa Nacional de Crescimento Verde, para dar prioridade a iniciativas verdes, sejam públicas ou privadas, voltadas à redução de emissões, conservação florestal e uso racional de recursos naturais, dessa maneira contribuindo para a geração de empregos verdes. O programa já nasce com recursos de bancos federais da ordem de 50 bilhões de dólares”, informou Leite.

Sobre o desmatamento na Amazônia, muito cobrado por ativistas internacionais e diversos países, o ministro disse que é um desafio e que o Brasil dobrou os recursos destinados às agências ambientais federais e promoveu a abertura de concursos para novos agentes ambientais. “Reconhecemos também que onde existe muita floresta também existe muita pobreza. E, para promover o desenvolvimento sustentável da região, criamos o Programa Nacional de Pagamentos por Serviços Ambientais Floresta+, que busca fomentar o mercado de serviços ambientais, reconhecendo e remunerando quem cuida de floresta nativa”, pontuou.

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