‘Precisamos de mais do que US$ 100 bilhões por ano’, diz ministro do Meio Ambiente na COP 26

Joaquim Leite pediu que as nações desenvolvidas dessem mais ajuda financeira às subdesenvolvidas na luta contra as mudanças climáticas

  • Por Jovem Pan
  • 09/11/2021 19h18 - Atualizado em 10/11/2021 10h10
Flickr/Ministério do Meio Ambiente Novo ministro do Meio Ambiente Joaquim Leite é o principal representante do Brasil nas negociações na COP 26

O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, afirmou que os países ricos devem ir além do compromisso de dar US$ 100 bilhões de dólares anuais às nações em desenvolvimento para financiar ações de preservação ambiental e ajudar no combate às mudanças climáticas, durante participação na Conferência Sobre Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (COP26), em Glasgow, no Reino Unido. “Acho que o desafio global é uma transição responsável na direção da neutralidade de carbono, de forma rápida, mas responsável. O que significa isto? Que nós precisaremos de mais recursos do que os US$ 100 bilhões anuais. Saiu um estudo esses dias de um banco que já fala em US$ 5 trilhões por ano tanto público quanto privado”, disse Leite, citando um estudo realizado pelo Boston Consulting Group, segundo o qual o mundo precisará investir US$ 150 trilhões nos próximos 30 anos se quiser conter o aquecimento global.

As nações desenvolvidas haviam se comprometido a doar R$ 100 bilhões anualmente a partir de 2020, mas não cumpriram com a promessa no ano passado e já admitem que não a cumprirão neste ano ou no próximo – a estimativa mais aproximada é que as doações devem chegar ao compromisso apenas em 2023. “O papel do Brasil é tentar buscar um consenso multilateral para que a gente rume de uma forma justa para uma economia mais verde. O grande desafio é o financiamento, o incentivo. O desafio não é punir, proibir ou parar [o desenvolvimento econômico]. É acelerarmos na direção de uma nova economia verde. E como eu faço isto? Incentivando. Com inovação”, afirmou o ministro brasileiro antes de dizer que, para o Brasil e outros países em desenvolvimento, será difícil custear as inovações necessárias sem o apoio financeiro das nações ricas.

“O Brasil apoia claramente este movimento de que a solução para uma nova economia, neutra em emissões, está no incentivo, no empreendedorismo, no juro verde – que faça com que qualquer projeto fique de pé. E muitos projetos, em algumas regiões, ainda não têm esta capacidade de fazer esta transição que o mundo todo espera”, acrescentou Leite. Na COP 26, o Brasil assumiu os compromissos de zerar o desmatamento ilegal no país até 2028, de reduzir em 50% as emissões de CO², principal gás que causa o aquecimento global, até 2030 e de zerar as emissões até 2050.

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