Brasil está engajado em abrir economia, em aumentar produtividade, diz Meirelles

  • Por Estadão Conteúdo
  • 07/06/2017 11h45
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WAS10. WASHINGTON DC (EE.UU), 07/10/2016.- El Ministro de Hacienda de Brasil, Henrique Meirelles, habla hoy, viernes 7 de octubre de 2016, en una rueda de prensa en el Ronald Reagan Trade Center en Washington (EE.UU.), en el marco de las reuniones anuales del Fondo Monetario Internacional y el Banco Mundial. El Ministro Meirelles dijo que la economía de su país esta registrando un impulso de confianza con las reformas anunciadas en el congreso con el fin de dejar atrás la aguda recesión. EFE/LENIN NOLLY. EFE/LENIN NOLLY Henrique Meirelles - EFE

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta quarta-feira (7), que o Brasil passa por um processo de redução do protecionismo de sua economia. “Agora o Brasil está engajado em abrir a economia e também em aumentar a sua produtividade”, disse durante o painel sobre a globalização (Stocktaking on Globalisation) da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), na sede da entidade em Paris.

Na avaliação do ministro, o Brasil não tirou proveito dos pontos positivos da globalização porque esteve muito fechado durante esse processo, mas que agora pretende se integrar mais ao processo. “Economia fechada não é um bom negócio, para dizer o mínimo”, defendeu durante as discussões com ministros de outros países. Ele enfatizou que um dos pontos positivos do processo de maior integração, por exemplo, é a absorção da tecnologia. “O Brasil está agora fazendo isso.”

O ministro também disse que o País está focado em temas como o da Educação para melhorar a situação brasileira e dividir o conhecimento da melhor forma possível. A preocupação com o protecionismo foi um dos pontos apresentados por outros debatedores, como o ministro das Finanças, Negócios e Defesa da Índia, Arun Jaitley. 

A Ministra da Finanças da Suécia, Magndalena Nndersson, também se disse preocupada sobre uma possível onda protecionista no mundo, mas também otimista. “Todos têm que fazer a lição de casa A globalização trouxe mais crescimento, mas também precisamos de mais redistribuição de renda”, afirmou. 

O ministro das Relações Exteriores da Dinamarca, Anders Samuelsen, também participou deste painel, assim como o ministro de Comércio, Turismo e Investimento da Austrália, Steven Ciobo.

Negociações

Meirelles apresentou medidas para abertura da economia brasileira durante o painel da OCDE. Questionado sobre como o País poderia mostrar uma diminuição do protecionismo, Meirelles citou que está em processo de discussões com diferentes países com o intuito comercial, e destacou que a intenção de integrar a OCDE também “é uma coisa importante nessa direção”. Na semana passada, o Brasil formalizou seu pedido à entidade. 

“Estamos flexibilizando o mercado de trabalho”, mencionou também o ministro como terceiro item. Na terça, no Brasil, a reforma trabalhista passou apertada na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. 

Meirelles salientou que, ao mesmo tempo, o Brasil tem produzido políticas para proteger quem está à margem do processo por meio de programas sociais. “Estamos tentando um equilíbrio: de um lado abrindo a economia e, ao mesmo tempo, adotando medidas de proteção social”, afirmou.

Emergentes

O ministro da Fazenda defendeu que os países emergentes devem combinar a abertura comercial e a melhora de seus mercados domésticos num movimento de aproveitamento do fluxo de capital que se torne investimento. “Isso já está acontecendo”, disse durante o painel.

Para ele, as economias emergentes têm que aproveitar a globalização. “Mas esta não é uma questão apenas de aumentar as exportações desses mercados. Há uma ampla oportunidade de melhora em várias áreas”, afirmou.

EUA

Sobre a ampliação de atividades de empresas norte-americanas em outros países e a intenção de mais protecionismo dos Estados Unidos, Meirelles disse se tratarem de duas questões. “Acredito que os investimentos bilaterais sejam um oportunidade para aquelas empresas que estão preparadas para a globalização, americanas ou não”, afirmou. 

Outra questão diferente, conforme o ministro brasileiro, é a política externa da administração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. “Há um dilema específico nos Estados Unidos e é natural que haja algumas dúvidas sobre que direção o país seguirá”, considerou.

Produtividade

O ministro da Fazenda defendeu ainda que é preciso criar formas de ampliação da produtividade do mercado de trabalho ao mesmo tempo que é necessário ter medidas que façam com que os trabalhadores não fiquem à margem desse mercado, podendo acessá-lo. Ele salientou que há algumas políticas com o objetivo de proteger ou melhoras dos direitos, mas podem acabar prejudicando a agenda de maior flexibilidade do mercado de trabalho.

É preciso, de acordo com ele, que haja medidas que não criem ineficiências. “É preciso ter politicas para a produtividade, mas, ao mesmo tempo, que gerem oportunidade de melhora da qualidade e da maior participação desse mercado.”

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