Brumadinho: 48 horas após tragédia, familiares de desaparecidos seguem atrás de informações

  • Por Jovem Pan
  • 27/01/2019 18h38
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EFE Mais de 200 pessoas seguem desaparecidas em Brumadinho (MG)

A tragédia do rompimento de uma barragem de rejeitos minerais em Brumadinho, em Minas Gerais, completou 48 horas no início da tarde deste domingo (27) em meio a grande expectativa pelos trabalhos de resgate, que tiveram que ser paralisados pelo risco de um novo incidente.

Os dados oficiais apontam que 37 corpos foram localizados até o momento, sendo que apenas 16 puderam ser identificados. Além disso, 287 pessoas ainda não fizeram contato, 192 foram resgatadas com vida e 361 foram localizadas, após terem sido consideradas desaparecidas, segundo a Defesa Civil mineira.

No começo da tarde, familiares de pessoas desaparecidas pressionaram as autoridades para a retomada das buscas, que haviam sido interrompidas pela chance de rompimento de uma segunda barragem, já que os bombeiros trabalham com a possibilidade de encontrar mais pessoas com vida. Para quem perdeu tudo ou aguarda notícias positivas, foi mais um momento de dor. “É o momento mais triste que Brumadinho já viveu até hoje”, disse o prefeito Avimar de Melo, em entrevista coletiva.

No acesso a uma ponte, Joaquim Cândido, de 68 anos, aguardava sentado o momento em que poderá atravessar. O homem se dirigia ao Instituto Médico Legal (IML), onde buscava encontrar o genro, de 47 anos, que passou 30 deles trabalhando para a Vale. “Ele está desaparecido. Ninguém dá informação. A Vale não dá informação. Ninguém dá”, lamentava o aposentado.

Durante o dia, uma situação alertou o Corpo de Bombeiros, que tirou alguns homens para verificarem as informações sobre uma ponte de uma ferrovia, parcialmente destruída pela lama.

“A situação é bastante caótica. Viemos aqui devido haver pessoas, até crianças, em cima da ponte. Fomos avisados por rádio, porque o viaduto está rachado e pode cair a qualquer momento”, explicou o bombeiro Leôncio Valverdes.

Enquanto os homens da corporação trabalham no resgate, prevenção e orientação, os médicos seguem fazendo a identificação dos corpos que, segundo as próprias autoridades, muitas vezes estão sendo encontrados de forma parcial.

O número de vítimas já superou o registrado em 2015, quando 19 pessoas morreram depois do rompimento de uma barragem da mineradora Samarco, controlada pela Vale e pela BHP, em Mariana, também em Minas Gerais. “Esperávamos que a Vale tivesse aprendido a lição com o que ocorreu em Mariana”, afirmou o prefeito de Brumadinho.

*Com EFE

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