Biópsia mostra que câncer persiste, e Bruno Covas fará imunoterapia

Até o momento, não há recomendação para afastamento médico

  • Por Jovem Pan
  • 27/02/2020 15h11 - Atualizado em 28/02/2020 08h10
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Divulgação/Governo do Estado de São Paulo O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), concede sua primeira entrevista coletiva nesta segunda-feira (18) A imunoterapia consiste em aplicações ambulatoriais de medicamentos para fortalecer o sistema imunológico, em sessões de 30 minutos

Resultados de uma biópsia feita na semana passada e divulgados nesta quinta-feira (27) mostraram que o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), continua com câncer na região dos gânglios linfáticos após uma rodada de oito sessões de quimioterapia. Agora, ele entra em uma segunda fase de tratamento contra a doença, e fará sessões de imunoterapia possivelmente pelos próximos seis meses. Com o tratamento, Covas poderá retomar todas as atividades, inclusive se reunindo a multidões.

A imunoterapia é um tipo de tratamento que começou a ser feito nos últimos 10 anos e consiste em aplicações ambulatoriais de medicamentos para fortalecer o sistema imunológico, em sessões de 30 minutos. A expectativa é que, fortalecido, o próprio organismo do prefeito combata o que restou do câncer. Segundo o oncologista Tulio Pfiffer, que faz parte da equipe que o atende no Hospital Sírio-Libanês, no centro de São Paulo, “há menos efeitos adversos” com o tratamento. Covas poderá ter fraqueza ou reações que afetem o sistema linfático, mas a maioria dos pacientes não tem efeitos colaterais.

Com essa nova etapa, o prefeito poderá “paulatinamente retomar todas as atividades”, segundo o infectologista David Uip, que coordena a equipe que atende o parlamentar. Isso inclui a possibilidade de participar de eventos públicos, o que havia sido vedado anteriormente.

A imunoterapia foi definida após uma análise molecular genética das células cancerígenas do prefeito, que são de um tipo que responde bem a esse tratamento, segundo o diretor do centro de oncologia do Sírio, Artur Katz. “O tratamento cirúrgico não foi indicado”, disse Uip, uma vez que a opção com medicação é tida como eficiente.

Covas recebeu o diagnóstico de câncer em novembro, enquanto médicos investigavam as possíveis origens para coágulos que haviam se formado em uma das pernas e migrado para o pulmão. Havia um tumor na cárdia (a área de transição entre o esôfago e o estômago), um no fígado e um em uma das glândulas linfáticas. Inicialmente, o prefeito foi submetido a três sessões de quimioterapia, e respondeu bem à medicação. Diante disso, fez mais cinco sessões, sendo que a última foi finalizada no começo deste mês.

Exames feitos após esse ciclo de tratamento mostraram que os tumores na cárdia e no fígado desapareceram, mas apontaram que uma das glândulas linfáticas ainda apresentava tamanho anormal para uma pessoa com as características dele. Na semana passada, Covas foi submetido a uma biópsia, que colheu material daquela área, e cujos resultados estão sendo apresentados nesta quinta-feira.

Reeleição

Até o momento, não há recomendação para afastamento médico do prefeito, que não se licenciou do cargo e alternou os despachos entre seu gabinete, na Prefeitura, e seu quarto no Hospital Sírio-Libanês. Os auxiliares de Covas já contabilizam cinco partidos políticos que devem compor aliança para a disputa pela reeleição, em outubro. Ele se mantém pré-candidato pelo PSDB, mas ainda não definiu nome para vice.

Caso ele se licencie até a eleição, há acordada a dança de cadeiras na Câmara Municipal da cidade. Tanto o presidente da casa, Eduardo Tuma (PSDB) quanto o primeiro vice-presidente, Milton Leite (DEM), devem disputar eleição por um novo mandato no parlamento. Desse modo, seguindo a legislação eleitoral, não podem assumir a prefeitura caso queiram se candidatar a vereador. Assim, ambos também devem se licenciar caso Covas peça o afastamento. A Prefeitura então será assumida pelo vereador Celso Jatene (PL), que não deve disputar eleição neste ano. Jatene foi secretário de Esportes e Lazer na gestão Fernando Haddad (PT).

Na imunoterapia, não há expectativa de que Covas se interne para receber o medicamento. Em dois ou três meses, segundo os médicos, ele fará uma rodada de exames para verificar se o processo está atingindo os resultados esperados.

* Com informações do Estadão Conteúdo

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