Candida auris: Anvisa emite alerta sobre primeiro caso de fungo raro e resistente no Brasil
Segundo o órgão, fungo ‘representa uma grave ameaça à saúde global’ e foi identificado pela primeira vez em 2009, no Japão; desde então, nenhum caso havia sido registrado no Brasil
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu alerta nesta quarta-feira, 8, sobre a presença no Brasil do fungo Candida auris, que, segundo o órgão, “representa uma grave ameaça à saúde global” e foi identificado pela primeira vez como causador de doença em humanos em 2009, no Japão. Ainda não havia relato de nenhum caso de infecção no País, mas nesta segunda-feira, 7, foi notificado à Anvisa o possível primeiro caso positivo em paciente internado em UTI adulto em um hospital do estado da Bahia. Em todo o mundo, estima-se que infecções fúngicas invasivas de Candida auris tenham levado à morte entre 30% e 60% dos pacientes.
Este tipo de fungo vem ganhando destaque devido à dificuldade de tratamento pelo fato de ser resistente a diversos antifúngicos e difícil de ser identificado, já que pode ser confundido com outras espécies de leveduras. Atualmente, o Candida auris é conhecido por especialistas como “superfungo”. Em 2009, foi encontrada a partir de uma amostra de secreção no ouvido de um paciente japonês. Em 2016, foi determinado que a ocorrência desse fungo fosse de notificação obrigatória, já que o tratamento e controle dessa infecção é difícil. De acordo com a Anvisa, foi organizada uma força-tarefa nacional composta por diversos órgãos, como secretarias de saúde, Ministério da Saúde e laboratórios nacionais.
“Considerando um alerta epidemiológico em função dos relatos de surtos de Candida auris em serviços de saúde da América Latina, publicado pela Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (Opas/OMS) em outubro de 2016, a Anvisa coordenou a formação de uma rede nacional de laboratórios para dar suporte aos serviços de saúde do país na identificação de C. auris. […] Desde 2017, os laboratórios da Rede vêm analisando amostras suspeitas que são encaminhadas pelos estados”, afirmou a agência em comunicado. A Anvisa informou, ainda, que está trabalhando na revisão do Comunicado de Risco sobre o fungo, e que vai incluir “outros laboratórios como referência para a rede nacional e as novas evidências científicas disponíveis”. “Recomendamos que os serviços de saúde e laboratórios de microbiologia estejam alertas às orientações previstas nesses documentos, para que ações de prevenção e controle da disseminação desse fungo sejam adotadas de forma oportuna e segura.”
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