Chico Rodrigues deixa Conselho de Ética do Senado após ser flagrado pela PF com R$ 30 mil na cueca

Senador encaminhou ofício nesta segunda-feira, 19; posto de titular da Comissão já está vago no portal do Senado

  • Por Jovem Pan
  • 19/10/2020 17h16 - Atualizado em 19/10/2020 17h29
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DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO Na última sexta-feira, 16, os partidos Cidadania e Rede Sustentabilidade protocolaram uma representação contra Rodrigues no Conselho de Ética

O senador Chico Rodrigues (DEM-RR), flagrado pela Polícia Federal (PF) na última semana com mais de R$ 30 mil na cueca, encaminhou, nesta segunda-feira, 19, um ofício solicitando sua “saída imediata” do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado. A informação foi confirmada à Jovem Pan pela assessoria de imprensa do Senado Federal. A formação do conselho já foi atualizada no site e Rodrigues não consta mais como um dos titulares. Além disso, o posto já está vago no portal da Comissão. Na última sexta-feira, 16, os partidos Cidadania e Rede Sustentabilidade protocolaram uma representação contra Rodrigues no Conselho de Ética. Os trabalhos do colegiado estão suspensos em razão da pandemia do novo coronavírus.

Nesta segunda, o presidente do Conselho de Ética, Jayme Campos (DEM-MT), afirmou que Chico Rodrigues deveria pedir licença do cargo para “esclarecer a verdade” sobre o episódio. A declaração foi dada após um encontro com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), na residência oficial da Casa. “Se eu fosse ele, pediria uma licença de 121 dias para não ter nenhuma dúvida de que ele quer, de fato, esclarecer a verdade. E a verdade, com certeza, será na medida em que este inquérito poderá transformar em processo e ele, o que alega na própria representação, poderá certamente tentar coagir do exercício do mandato alguma pessoa ou outra, quem quer que seja, para que naturalmente não seja retratada a verdade”, disse.

Relembre

Na quarta-feira 14, Chico Rodrigues foi flagrado pela PF com R$ 33 mil na cueca. O parlamentar foi alvo de uma operação de busca e apreensão no âmbito de uma investigação que apura desvios de recursos públicos para o combate ao coronavírus em Roraima. O episódio envolvendo o então vice-líder do governo no Senado gerou mal-estar no Palácio do Planalto porque ocorreu no mesmo dia em que o presidente Jair Bolsonaro afirmou que daria “uma voadora no pescoço” de quem cometesse atos de corrupção em sua gestão. Chico Rodrigues foi dispensado do cargo na quinta-feira, 15, em publicação do Diário Oficial da União. No mesmo dia, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o afastamento do parlamentar por 90 dias – o caso será julgado pelo plenário da Corte na quarta-feira, 21.

Ainda nesta segunda, a defesa de Chico Rodrigues divulgou nota afirmando que o dinheiro encontrado pela PF era destinado ao pagamento dos próprios funcionários. Segundo posicionamento assinado pelos advogados Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso, o parlamentar está “sendo linchado por ter guardado seu próprio dinheiro”. “O dinheiro tem origem particular comprovada e se destinava ao pagamento dos funcionários de empresa da família do senador”, afirma trecho da nota, que pontua, ainda, que os recursos destinados para o combate da Covid-19 em Roraima continuam nas contas do governo “de forma que nem ele, nem ninguém, poderia deter esses recursos”. Os advogados também consideraram a reação de esconder o dinheiro nas roupas íntimas como “impensado” diante de algo considerado por eles como terrorismo policial.

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