Clínicas privadas poderão adquirir vacina indiana após registro definitivo da Anvisa, diz ABCVAC

Presidente da Associação Brasileira das Clínicas de Vacina visitou as instalações da Bharat Biotech para discutir as possibilidades de exportação do imunizante para o Brasil

  • Por Jovem Pan
  • 12/01/2021 21h57
EFE/ Massimo Percossi Profissional da saúde olha para vacina da Covid-19 Covaxin é desenvolvida em colaboração com o Conselho Indiano de Pesquisa Médica (ICMR) e o Instituto Nacional de Virologia (NIV)

O presidente da Associação Brasileira das Clínicas de Vacina (ABCVAC), Geraldo Barbosa, afirmou nesta terça-feira, 12, que, assim que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) conceder o registro definitivo da vacina indiana Covaxin, “as clínicas particulares poderão adquirir doses para ofertar ao seu público”. Barbosa visitou as instalações da Bharat Biotech na semana passada, para discutir as possibilidades de exportação do imunizante para o Brasil. Ele retornou no último domingo, 10.

O executivo e a equipe da representante da Bharat Brasil foram recebidos nos dias 7 e 8 de janeiro no Genome Valley, distrito industrial de alta tecnologia e inovação em Hyderabad, na Índia. Barbosa fez uma apresentação à diretoria da fabricante sobre o potencial do mercado brasileiro e sobre a necessidade de vacinar o contingente da população que está ativo no mercado de trabalho, passo fundamental, de acordo com ele, para vencer a pandemia e retomar plenamente a atividade econômica. “Há uma resposta positiva do mercado corporativo que têm procurado a ABCVAC e a clínicas, para subsidiar a imunização de seus colaboradores”, afirmou comunicado enviado pela assessoria de imprensa da Associação.

Negociações com o sistema público

Uma das preocupações sobre o anúncio de que as clínicas privadas estariam negociando a compra de 5 milhões de doses da vacina é que isso iria interferir nas negociações com o sistema público. No entanto, o presidente da ABCVAC argumenta que, se as vacinas da Covaxin não vierem para o mercado privado brasileiro, nem chegarão ao Brasil. “A aquisição depende do fim dos trâmites legais junto aos órgãos reguladores brasileiros, fabricante e distribuidora/importadora. A representante da Bharat Brasil, responsável pela negociação com o setor privado, tem tido papel fundamental e o processo está muito bem encaminhado, não só para a vacina contra a Covid-19 agora, mas também a longo prazo”, afirmou Barbosa, que ficou “impressionado” com o parque da Bharat Biotech e “a capacidade tecnológica e produtiva das indústrias indianas”.

A Covaxin é desenvolvida em colaboração com o Conselho Indiano de Pesquisa Médica (ICMR) e o Instituto Nacional de Virologia (NIV). Conforme divulgado pela Bharat Biotech, os ensaios clínicos de Fase 3 da Covaxin começaram em meados de novembro e estão, atualmente, em andamento em cerca de 26 mil voluntários em toda a Índia. Em nota, a ABCVAC reforçou que a vacinação no mercado privado só pode acontecer através das clínicas regulamentadas, “que são altamente qualificadas, especializadas e atendem a legislação sanitária para o correto armazenamento, transporte, aplicação e relacionamento com o Ministério da Saúde, que inclui o acompanhamento de eventuais efeitos adversos e notificação de doses aplicadas”.

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