Comandante da Marinha se opõe a inclusão de líder da Revolta da Chibata em livro dos heróis da pátria

Almirante Marcos Olsen chamou marinheiros insurgentes de ‘abjetos’ e enviou carta aberta à Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados para rever homenagem a João Cândido, em discussão no Congresso

  • Por da Redação
  • 26/04/2024 22h55
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Divulgação/Marinha Cerimônia de Posse do Comando da Marinha, no Clube Naval de Brasília - 2023 Almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen, Comandante da Marinha. O almirante Marcos Olsen, comandante da Marinha, descreve a Revolta da Chibata como um episódio de "opróbrio da história"

A Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados realizou uma audiência para debater a inclusão do nome de João Cândido Felisberto, líder da Revolta da Chibata, no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. O comandante da Marinha, almirante Marcos Olsen, enviou uma carta ao presidente do colegiado, deputado federal Aliel Machado (PV-PR), explicando a oposição da Força Naval à homenagem. O projeto, de autoria do ex-senador Lindbergh Farias (PT-RJ), foi aprovado pelo Senado em 2021 e recebeu parecer favorável da relatora na Câmara, deputada Benedita da Silva (PT-RJ). Na carta, o almirante Olsen descreve a Revolta da Chibata como um episódio de “opróbrio da história, cujo estopim se deu pela atuação violenta de abjetos marinheiros que, fendendo hierarquia e disciplina, utilizaram equipamentos militares para chantagear a Nação”.

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Os revoltosos buscavam aumento de salários, exclusão de oficiais considerados indignos e regime de trabalho menos exigente. Olsen ressalta que os castigos físicos nos navios foram reconhecidos como equivocados, e os insurgentes, anistiados. Para a Marinha, incluir o nome de Cândido no Livro dos Heróis da Pátria seria enaltecer um “heroísmo infundado” e transmitir uma “mensagem negativa”. A Revolta da Chibata ocorreu em 1910 nos navios da Armada na baía da Guanabara, com os amotinados apontando os navios para o Rio de Janeiro em busca de suas reivindicações. Após seis dias, o governo cedeu, os castigos cessaram e os revoltosos foram presos e expulsos da Marinha. Em 2008, Cândido e outros marinheiros foram anistiados. Desde então, o líder insurgente se tornou um herói no Rio de Janeiro, com estátua na cidade e enredo em escolas de samba. O Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, localizado no Panteão da Pátria em Brasília, preserva os nomes importantes da história do Brasil.

Publicada por Felipe Cerqueira

*Reportagem produzida com auxílio de IA

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