CoronaVac tem eficácia de 78% contra a Covid-19, apontam estudos feitos no Brasil

Butantan e governo de São Paulo apresentaram os dados nesta quinta, 7, e informaram que o pedido para que a Anvisa autorize o uso emergencial deve ser feito ainda hoje

  • Por Jovem Pan
  • 07/01/2021 12h23 - Atualizado em 07/01/2021 13h57
SAULO ANGELO/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO FUP20201224287 - 24/12/2020 - 20:38 Injeção da vacina CoronaVac Os testes foram realizados a partir do dia 21 de julho com 13 mil voluntários em centros de pesquisa de todo o Brasil

A CoronaVac, vacina contra a Covid-19 produzida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac, tem eficácia comprovada de 78% nos estudos clínicos realizados no Brasil. Os resultados foram divulgados nesta quinta-feira, 7, pelo governador do Estado de São Paulo, João Doria, e a equipe do Butantan em entrevista coletiva na sede do Butantan após três adiamentos. “A vacina do Butantan é a vacina de São Paulo. A vacina de São Paulo é a vacina do Brasil”, disse Doria. Os dados foram apresentados à Anvisa nesta manhã, em uma reunião de pré-submissão, e o pedido para a aprovação de uso emergencial deve ser tratado ainda hoje em um novo encontro. A Agência tem 10 dias para analisar. O pedido definitivo ainda não vai ser realizado porque precisa ser feito pela Sinovac. A previsão de início da vacinação no dia 25 de janeiro em São Paulo está mantida.

De acordo com as informações divulgadas, a taxa vale para os casos leves e atendimentos ambulatoriais — o imunizante preveniu 100% de casos moderados, graves e internações. “Foram meses de intenso desgaste, intensa luta. Não só minha, mas de todos os que estão aqui trabalhando em prol dessa vacina”, lembra o diretor do Butantan, Dimas Covas, ao agradecer os cientistas e voluntários envolvidos nos estudos da CoronaVac. “Nunca pensei que teríamos essa vacina tão rapidamente.” Covas ressaltou a importância da vacina neste momento e na maior velocidade possível e destacou que a CoronaVac foi testada apenas em profissionais da área da saúde — ou seja, pessoas que estavam mais expostas ao vírus do que a maioria da população.

No dia 11 de junho, o governador João Doria anunciou a parceira do Instituto Butantan com o laboratório chinês Sinovac para receber 60 milhões de doses e a transferência de tecnologia de uma potencial vacina contra a Covid-19. Os testes foram realizados a partir do dia 21 de julho com pouco menos de 13 mil voluntários em 16 centros de pesquisa de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Cada pessoa recebeu duas doses em um intervalo de 14 dias. Cerca de 220 voluntários contraíram a Covid-19. No Brasil, os estudos clínicos da CoronaVac foram paralisados apenas uma vez devido a um “evento adverso grave” — um dos voluntários, de São Paulo, morreu vítima de suicídio.

Pelo óbito não ter qualquer relação com o imunizante, os estudos foram retomados poucos dias depois. Desde o dia 19 de novembro de 2020, o Instituto Butantan recebeu 11 milhões doses da CoronaVac que estão aguardando apenas a chancela da Anvisa para o início da imunização. As 35 milhões de doses remanescentes devem chegar até meados de fevereiro.  No dia 7 de dezembro, ao anunciar o Plano Estadual de Imunização (PEI), o governador cravou o dia 25 de janeiro de 2021, dia do aniversário da cidade de São Paulo, para iniciar a aplicação da CoronaVac. A fase 1 de vacinação vai priorizar profissionais de área da saúde que estão na linha de frente contra a doença, indígenas, quilombolas e os idosos com mais de 60 anos.

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