Coronavírus: Saúde declara estado de transmissão comunitária em todo Brasil

  • Por Jovem Pan
  • 20/03/2020 19h46 - Atualizado em 20/03/2020 20h15
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Dikran Junior/Futura Press/Estadão Cnteúdo Ministério da Saúde declarou estado de transmissão comunitária do novo coronavírus em todo o Brasil

O Ministério da Saúde declarou estado de transmissão comunitária do novo coronavírus em todo o Brasil em edição extra do Diário Oficial da União. A ação tem intenção de unificar ações de combate à doença em todos os estados e tornar mais restritivas as medidas de contenção da Covid-19, como a limitação de circulação de pessoas acima de 60 anos.

A portaria também garante a possibilidade de atestado médico para a família de pessoas com sintomas de gripe, independentemente da idade.

Os estados que já registraram a transmissão comunitária, também conhecida como sustentada, são Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina, Pernambuco, Rio Grande do Sul e São Paulo. A propagação é caracterizada no momento em que não é possível identificar a origem da contaminação. Ainda assim, o governo decidiu ampliar a medida para todos os entes da federação.

Segundo o texto, todas as pessoas com sintomas de gripe serão tratadas como se estivessem com coronavírus, mesmo antes de realizar os exames. Os sintomas considerados são tosse seca, dor de garganta, dor de garganta ou dificuldade respiratória, acompanhada ou não de febre.

“Para contenção da transmissibilidade da covid-19, deverá ser adotada como, medida não-farmacológica, o isolamento domiciliar da pessoa com sintomas respiratórios e das pessoas que residam no mesmo endereço, ainda que estejam assintomáticos, devendo permanecer em isolamento pelo período máximo de 14 dias”, diz o texto.

Os familiares do paciente não precisarão ir pessoalmente à unidade de saúde, mas será necessário apresentar declaração com relação de pessoas residentes no mesmo endereço.

Para idosos, as recomendações ficam ainda mais expressas no que diz respeito ao isolamento. Como eles fazem parte do grupo de risco, a iniciativa tenta evitar superlotação de hospitais caso haja muitas contaminações simultâneas.

“As pessoas com mais de 60 (sessenta) anos de idade devem observar o distanciamento social, restringindo seus deslocamentos para realização de atividades estritamente necessárias, evitando transporte de utilização coletiva, viagens e eventos esportivos, artísticos, culturais, científicos, comerciais e religiosos e outros com concentração próxima de pessoas”, afirma o documento.

De acordo com o Ministério, a decisão de ampliar a classificação observa “o comportamento do vírus” e permite “adoção de medidas padronizadas”.

Na última quinta, o ministro Mandetta demonstrou preocupação com a transmissão comunitária. Ele falou que o crescimento do covid-19 tem ocorrido de forma nacional, em bloco, o que dificulta ainda mais o trabalho de monitoramento e controle. Nesta sexta, o número de mortes decorrentes do novo coronavírus chegou a 904, e o número de mortes foi a 11.

“À exceção da região amazônica, da região Norte, todas as outras regiões estão fazendo aumentos sistemáticos em bloco. O que poderia ser em uma região, me parece aumentando em bloco em todos os Estados. Parece uma coisa vindo em relação a um cenário muito mais de característica nacional do que regional”, avaliou Mandetta.

*Com Estadão Conteúdo

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