Defesa de Mariana Ferrer avalia recorrer de decisão que absolveu André Aranha

1ª  Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Santa Catarina decidiu nesta quinta-feira, 7, por unanimidade, manter a sentença de absolvição do empresário, acusado de estupro de vulnerável

  • Por Jovem Pan
  • 07/10/2021 19h06 - Atualizado em 07/10/2021 21h08
Reprodução/Instagram/Twitter mariana-ferrer-aranha Mariana Ferrer acusa André Aranha de estupro

A defesa da influenciadora digital Mariana Ferrer afirmou que avalia recorrer da decisão que absolveu o empresário André de Camargo Aranha, acusado de estupro de vulnerável. A 1ª  Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Santa Catarina decidiu nesta quinta-feira, 7, por unanimidade, manter a sentença de absolvição do réu. Três desembargadores julgaram o recurso e confirmaram a decisão. O processo corre sob sigilo. Segundo Ferrer, ela teria sido dopada e estuprada por Aranha durante uma festa no Café de La Musique, em Florianópolis, em 2018. O exame toxicológico não constatou o uso de álcool ou drogas, mas o exame de corpo de delito encontrou sêmen do empresário e sangue da influenciadora. A perícia também constatou que o hímen dela foi rompido. Aranha nega as acusações e diz que Ferrer fez sexo oral nele de maneira consensual. O caso repercutiu e causou polêmica após o vazamento de um trecho da audiência em que o advogado de Aranha, Cláudio Gastão da Rosa Filho, expôs fotos da vítima e as definiu como “ginecológicas”. Na ocasião, o advogado também disse que “jamais teria uma filha do nível” de Mariana.

Relembre o caso

A influenciadora Mariana Ferrer tinha 20 anos quando se tornou embaixadora de um requintado beach club em Florianópolis, o Cafe de La Musique. Um ano depois, a jovem reuniu coragem para denunciar um estupro dentro do estabelecimento. Segundo Mariana, em 15 de dezembro de 2018, ela foi dopada e violentada por um empresário, que seria amigo dos proprietários do local. O caso todo veio à tona nas redes sociais da própria Mariana, que, em busca de justiça, resolveu tornar a situação pública. “Não é nada fácil ter que vir aqui relatar isso. Minha virgindade foi roubada de mim junto com meus sonhos. Fui dopada e estuprada por um estranho em um beach club dito ‘seguro e bem conceituado’ da cidade”, disse ela, ao falar sobre o assunto pela primeira vez. Mariana utilizou a rede social para expor detalhes do ocorrido na noite de dezembro, como vídeos em que aparece se apoiando nas paredes, sem conseguir andar sozinha, prints pedindo socorro a amigas que estavam no local, além da foto do vestido que usava na noite todo ensanguentado.

Segundo uma reportagem da revista “Marie Claire” à época, os exames feitos por Mariana comprovaram o estupro. O sêmen encontrado na calcinha da jovem, que era virgem, era de André de Camargo Aranha, que tem mais de 40 anos e é um empresário influente do ramo do futebol, apontado como amigo de jogadores famosos. Desde a denúncia, Mariana Ferrer promoveu uma verdadeira cruzada contra seus abusadores nas mais diversas plataformas. Em sentença publicada em 9 de setembro, o juiz Rudson Marcos absolveu Aranha. O magistrado acatou os argumentos da defesa, que houve ausência de “provas contundentes nos autos”. Segundo o Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC), responsável pela acusação, as provas da autoria são “conflitantes entre si”. “Portanto, como as provas acerca da autoria delitiva são conflitantes em si, não há como impor ao acusado a responsabilidade penal, pois, repetindo um antigo dito liberal, ‘melhor absolver cem culpados do que condenar um inocente’. A absolvição, portanto, é a decisão mais acertada no caso em análise, em respeito ao princípio na dúvida, em favor do réu (in dubio pro reo), com base no art. 386, VII, do Código de Processo Penal”, escreveu o juiz.

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