DEM discute substituir Agripino na presidência do partido
A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de transformar o senador José Agripino Maia (DEM-RN) em réu levou parlamentares a discutirem a manutenção dele à frente da presidência do DEM. Agripino deve ser reconduzido ao cargo nesta quinta-feira, 14, durante a convenção nacional do partido.
Nesta terça-feira, 12, deputados do DEM realizaram diversas reuniões para avaliar o cenário após a Primeira Turma do STF aceitar a denúncia por corrupção passiva e lavagem de dinheiro apresentada contra Agripino. Um parlamentar afirmou reservadamente que os integrantes do partido estavam “constrangidos” em manter o senador no comando da sigla após a decisão dos ministros da Corte.
Líder do DEM na Câmara, o deputado Efraim Filho (PB), negou que haja um movimento para escolher um novo nome para presidir o partido. Ele também rechaçou a possibilidade de a convenção ser adiada. “O presidente Agripino já apresentou seus argumentos. Ele será capaz de demonstrar que não tem envolvimento no caso e, com isso, arquivar a denúncia”, disse.
Em nota, o senador afirmou que o “prosseguimento das investigações não significa julgamento condenatório”. “É justamente a inabalável certeza da minha inocência que me obriga a pedir à Corte o máximo de urgência no julgamento final da causa”, diz o texto.
Convenção
O DEM espera transformar a convenção marcada para quinta-feira, 14, em uma grande comemoração, para celebrar a filiação de novos integrantes ao partido e lançar um manifesto que sintetize as novas diretrizes do partido.
Pelas contas dos democratas, de seis a oito deputados dissidentes do PSB devem se filiar ao partido esta semana. Com essa primeira leva de migração, a bancada do DEM deve ficar com 36 deputados – hoje conta com 30 parlamentares.
Durante a reunião, os principais quadros do partido, como presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ) e o prefeito de Salvador, ACM Neto, também devem ser exaltados como nomes que estão preparados para disputar a Presidência da República em 2018. O partido, no entanto, não vai lançar oficialmente uma candidatura ao Palácio do Planalto nesta quinta.
Segundo dirigentes da sigla, esse movimento tem a intenção de marcar posição e não se alinhar imediatamente ao PSDB, que deve lançar o governador Geraldo Alckmin como candidato ao Palácio do Planalto no próximo ano.
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