Dez pessoas são mortas em ampla operação da Polícia Militar no Rio

Ação policial contra tráfico e milícia atingiu oito comunidades da cidade; moradores da região relatam ‘pavor’ durante troca de tiros

  • Por Giullia Chechia Mazza
  • 03/02/2021 14h16
Imagem: Reprodução/Facebook: Batalhão de Polícia de Choque Onze suspeitos foram presos na ação da PM

Uma ampla operação da Polícia Militar (PM) na Zona Norte do Rio de Janeiro deixou dez pessoas mortas nesta quarta-feira, 03. Os agentes atuaram nas comunidades da Caixa D’ Água, Saçu e do Morro do 18, em Quintino, do Morro do Urubu, em Pilares, do Flexal, no Engenho da Rainha, e da Barão, Bateau Moche e Chacrinha, na Praça Seca. Além disso, onze suspeitos foram presos. Segundo a PM, a ação visa combater grupos de milicianos e traficantes que disputam o domínio da região.

A troca de tiros entre agentes e criminosos fez nove vítimas na Caixa D’Água e em Saçu, onde seis suspeitos foram presos pelos policiais. Na comunidade do Flexal, três acusados foram presos e um criminoso foi ferido e encaminhado ao Hospital Municipal Salgado Filho, mas não resistiu. Já no Urubu, as equipes policiais prenderam dois criminosos e não houve mortes. Na ação, cinco fuzis, uma submetralhadora, seis pistolas, quatro granadas, drogas e rádios transmissores foram apreendidos. Em nota, a PM afirmou que a operação deve continuar. “O policiamento segue intensificado em toda a região e a apresentação das ocorrências segue em andamento”, informou.

Nas redes sociais, moradores das comunidades se manifestaram sobre os tiroteios, que começaram por volta das 5h. “São muitos tiros, que Deus nos proteja”, escreveu Danielle Cheloni, moradora de Quintino. Roberta Moraes, que também vive na região, lamentou pela criminalidade. “Infelizmente, a comunidade da Caixa D’Água, que estava tranquila há muitos anos, virou território de disputa entre bandidos e a milícia. Consequentemente, as operações policiais também voltaram a acontecer. Só nos resta rezar para que Deus nos proteja”, disse. “Perdemos totalmente o nosso direito de sair de casa para trabalhar. O pior é precisar usar sempre as mesmas desculpas, mas não dá para sair de casa no meio do tiroteio para ir ao serviço”, afirmou Raisa Silva, residente de Saçu. A moradora Ingrid Santos, por sua vez, usou sua página no Facebook para registrar o medo: “Meus filhos estão dormindo, estou grávida e apavorada com as balas perdidas”.

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