Dilma: é estarrecedor que um vice-presidente conspire contra o presidente

  • Por Agência Estado
  • 18/04/2016 18h47
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DF - IMPEACHMENT/DILMA/PRONUNCIAMENTO - POLÍTICA - A presidente Dilma Rousseff faz um pronunciamento à imprensa no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), na tarde desta segunda- feira, 18. Ontem, a Câmara dos Deputados aprovou o processo de impeachment da presidente por 367 votos a favor e 137 contra. 18/04/2016 - Foto: ANDRÉ DUSEK/ESTADÃO CONTEÚDO ANDRÉ DUSEK/ESTADÃO CONTEÚDO Dilma Rousseff pronunciamento

A presidente Dilma Rousseff reafirmou nesta segunda, 18, que é “estarrecedor” um vice-presidente conspirar contra sua parceira de chapa. “Em nenhuma democracia do mundo, uma pessoa que fizesse isso seria respeitada. A sociedade humana não gosta de traidor”, afirmou. “Nenhum governo será legítimo – que o povo pode reconhecer como produto da sua democracia – sem ser pelo voto secreto, direto numa eleição previamente convocada.”

A presidente afirmou que vai continuar lutando pela democracia. “Na minha juventude, enfrentei a ditadura por convicção e agora eu também enfrento com convicção um golpe de Estado”, disse. Ela ressaltou que agora, na maturidade, enfrenta outro golpe. “De certa forma, estou tendo meus sonhos torturados. Agora, não vão matar a minha esperança”, disse.

Dilma frisou que o País vive tempos muito difíceis, mas históricos. “O mundo e a história nos observam. Eu tenho ânimo, força e coragem suficiente para enfrentar – apesar que com sentimento de muita tristeza – essa injustiça”, afirmou. “Não vou me abater, não vou me deixar paralisar, vou lutar como fiz ao longo de toda minha vida”.

A presidente disse que a democracia é o “lado certo da história” e ressaltou que vai se defender no Senado. “Ao contrário do que alguns anunciaram, não começou o fim. Estamos no inicio da luta, que será longa e demorada”, afirmou. Ela advertiu que, sem democracia, não há como retomar o crescimento econômico e o nível de emprego.

Ressentimento

Em entrevista no Palácio do Planalto, Dilma disse ainda que não viu ressentimento de deputados retratado na votação de ontem. “Qualquer governo pode cometer erro, mas ressentimento também não é justificativa para nenhum processo de impeachment. Temos que procurar padrão de seriedade maior”, disse.

Ela afirmou que o processo foi conduzido com hegemonia muito forte do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Segundo ela, o deputado fez a condução “como quis”.

Ela ainda defendeu também que, se houve uso de poder econômico, com pagamento de jatinhos para deputados votarem em Brasília, é necessário que haja investigação.

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