Dimas Covas: Reabertura do comércio estimula circulação de pessoas

  • Por Jovem Pan
  • 11/06/2020 22h03
Divulgação Dimas Covas é diretor-geral do Instituto Butantan e ex-diretor do Centro de Contingência para covid-19

Diretor-geral do Instituto Butantan e ex-diretor do Centro de Contingência para covid-19, Dimas Covas participou de uma live com pesquisadores nesta quinta-feira. Para ele, o plano de reabertura é “precoce” e não deveria ocorrer, ao passo que o estado ultrapassa a marca dos 10 mil mortos pela covid-19.

“Não era para ser feita a abertura agora, está certo. Era uma possibilidade do plano. Porque na realidade é o seguinte: quando você faz um planejamento, você tem de prever quando que vai sair daquela situação. Mas nenhum especialista, nenhum infectologista, nenhum epidemiologista fala pra você que você pode sair com curva em ascensão. Quer dizer, isso não faz muito sentido, você está entendendo? E no Estado de São Paulo, nós não temos nenhuma curva em descenso”, disse Dimas em vídeo exibido pela TV Globo.

Segundo Covas, a reabertura do comércio incentiva que as pessoas saiam de casa, e pode gerar uma segunda onda da doença. “Se você abre, você de novo propicia a circulação e aí você vai ter o segundo pico. Quer dizer, tá estimulando isso”, disse ele.

A reabertura, então, estaria acontecendo por pressão dos prefeitos, que estão em campanha para eleição municipal.

“Eu acho assim que o timing dessa abertura, que muitos aconteceram, estão acontecendo por pressão dos prefeitos. Prefeito está em ano de eleição, quer dizer que é outro complicador né. Além da dubiedade de orientação para o enfrentamento da epidemia, está no meio aí uma eleição municipal que já tem data pro dia 15 de dezembro. Então os prefeitos estão em campanha. Quer dizer, vai falar para o prefeito contrariar a base dele, contrariar os lojistas, os donos dos negócios, os financiadores. Você vê, até isso a gente não conseguiu entender o momento social, o momento político e o momento da gravidade da epidemia que estamos vivendo.”

Questionado nesta quinta-feira, durante a coletiva com o governador de São Paulo, Covas recuou, e disse que o contexto das declarações era outro.

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