Doria mantém fase vermelha em SP e anuncia 338 novos leitos no Estado
Governo estadual também denunciou que Ministério da Saúde ainda não reabilitou leitos após ordem do STF
O governador de São Paulo, João Doria, fez, nesta quarta-feira, 10, o terceiro anúncio relacionado a expansão de leitos em São Paulo das últimas duas semanas. Mais 338 leitos, sendo 167 de UTI, serão implantados para atendimento da Covid-19 em hospitais estaduais, municipais e filantrópicos. Com isso, nos últimos 15 dias, o Estado de SP anunciou 1.118 leitos — 676 de UTI. Todos estarão em operação até o fim do mês. As expectativas são de que, até abril, 9.200 leitos de UTI no SUS estejam funcionando. Ao contrário das expectativas, não foi feito nenhum anúncio de restrição de circulação. O Estado de São Paulo está, pelo menos até o dia 19, na Fase 1 – Vermelha do Plano São Paulo.
Doria também afirmou que o governo federal continua desobedecendo o Supremo Tribunal Federal (STF) ao não reabilitar leitos Covid no Estado. “Parece inacreditável. O STF, através do voto de Rosa Weber, determinou que o governo federal reincluísse os leitos do Sistema Único de Saúde em São Paulo. Hoje o Ministério da Saúde tem 13% dos leitos habilitados, quando deveria ser 100%. Isso é desobedecer a Corte Suprema do país. Vejam a que nível chegamos. Mantivemos os leitos e não tivemos nem reembolso.” De acordo com Doria, estados como Bahia, Maranhão e Ceará enfrentam a mesma situação. O governador confirmou que a Procuradoria-geral do Estado vai entrar com medida no Supremo para informar Weber que sua decisão ainda não foi cumprida.
O Estado de São Paulo tem hoje 2.149.561 de casos de Covid-19 e 62.570 óbitos pela doença. A taxa de ocupação dos leitos de UTI está em 82% no Estado e em 82,8% na Grande São Paulo. O número de internados está em 8.972 em UTI e 11.342 em enfermaria — entre casos confirmados e suspeitos. A média da taxa de isolamento no Estado ficou em 46% no último sábado, 51% no domingo, 42% na segunda e 43% na terça. João Doria afirmou que São Paulo está em situação de alerta máximo. “Vários hospitais lotados e números crescentes de infecção, internação e óbitos pela Covid-19.”
De acordo com o governador, seis pontos são os responsáveis por esse recrudescimento: falta de coordenação nacional no combate ao vírus; insistência do governo federal em recomendar tratamentos inócuos, como ivermectina e cloroquina; demora do governo federal na compra de vacinas; equívoco de ter apostado em uma única vacina e não em várias; medidas que o governo federal criou para dificultar viabilização da vacina do Instituto Butantan; e falta de apoio ao uso de máscara e distanciamento social. “O governo federal não fez sua parte. Aqui em São Paulo vamos fazer nossa parte. Aquilo que for necessário, ainda que com desgaste e impopularidade”, completou Doria. Membros do Centro de Contingência não descartam o anúncio de medidas mais restritivas nos próximos dias.
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