E-mails da OAS revelam atenção especial ao tríplex que Lula nega ser o dono

  • Por Estadão Conteúdo
  • 16/05/2017 14h40
BRA105. BRASILIA (BRASIL), 13/03/2017.- El expresidente de Brasil Inácio Lula da Silva participa en la apertura del seminario del congreso de la Confederación Nacional de Trabajadores de la Agricultura (Contag) hoy, lunes 13 de marzo de 2017, en Brasilia (Brasil). Lula ignoró hoy la declaración que deberá hacer este martes ante un juez como reo y asistió a un congreso campesino con duras críticas al Gobierno de Michel Temer y casi en plan de "candidato". EFE/Joédson Alves EFE/Joédson Alves Lula - EFE

Faz parte do material entregue ao juiz federal Sérgio Moro pelo empreiteiro Léo Pinheiro, da OAS, um e-mail de 6 de setembro de 2012 que revela atenção especial com o triplex 164-A do Condomínio Solaris, no Guarujá (SP), imóvel atribuído ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela Operação Lava Jato – o que a defesa do petista nega veementemente.

A mensagem foi trocada às 18h08 daquele dia pelos executivos da empreiteira Lucas Pithon Gordilho a Telmo Tonolli, com cópia para Roberto Moreira Ferreira e Ícaro de Assunção Gomes. O assunto do e-mail é “apto Solaris”.

Lucas escreve. “Telmo, Seria bom sabermos qual das coberturas é a que precisamos ter atenção especial. Lucas.”

Às 21h14 do mesmo dia, Ferreira responde. “Lucas, a unidade em questão é a 164- Salinas. Abs.”

A denúncia do Ministério Público Federal, no caso triplex, aponta que após a OAS Empreendimentos assumir as obras do Solaris os nomes dos edifícios do condomínio foram trocados: o Edifício Návia passou a ser chamado de Bloco A – Salinas e o Edifício Gijon passou a Bloco B – Málaga.

A troca de correspondências faz parte do acervo de registros que o empresário entregou ao juiz da Lava Jato para reforçar o depoimento que ele fez como réu na ação penal do caso tríplex.

Uma outra troca de e-mails foi entregue por Léo Pinheiro. Esssas mensagens, de 28 de abril de 2014, são intituladas “Solaris Guarujá” e tratam de “orçamento para elevador no triplex”.

Naquele dia, o então presidente da OAS Empreendimentos Fábio Yonamine escreve às 13h14. “Dr Léo, Fizemos um orçamento para a unidade que visitamos no Guarujá. Está de acordo com o projeto que lhe enviamos e inclui o elevador dentro da unidade. Vai ficar em torno de R$ 370-400 mil. Se estiver de acordo, nossa equipe está pronta para a execução. Abraço, Fabio.”

Investigadores da Lava Jato sustentam que entre as melhorias no imóvel a empreiteira teria providenciado a colocação de um elevador – o ex-presidente já negou taxativamente que tivesse solicitado o equipamento ao empreiteiro Léo Pinheiro.

Às 13h17, Antonio Carlos Mata Pires responde. “Estou com Dr. Leo Pode avançar. Obrigado! Abraço, Antonio Carlos Mata Pires.”

Roberto Ferreira, às 16h18, dá a ordem. “Toca o pau vou mandar um email pro joilson te copiando.”

Interrogado pelo juiz federal Sérgio Moro na quarta-feira, 10, Lula confirmou ter visitado o triplex em fevereiro de 2014 acompanhado da ex-primeira-dama Marisa Letícia e de Léo Pinheiro O petista atribuiu à Marisa interesse pelo imóvel, “certamente para fazer investimento”, mas afirmou que a compra não foi fechada. Segundo o ex-presidente, Marisa “não gostava de praia” e ele próprio havia identificado “quinhentos” defeitos no apartamento.

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