Em Brasília, Moro poderá ampliar a Lava Jato, diz procuradora da operação
A procuradora da Operação Lava Jato em São Paulo, Thaméa Danelon, afirmou nesta quinta-feira (1º) que o juiz Sérgio Moro poderá ampliar a força-tarefa como ministro da Justiça. Em entrevista ao Jornal Jovem Pan, ela destacou que a Lava Jato não era dependente de Moro e que os casos continuarão sendo julgados “da melhor forma possível”.
“Como ministro da Justiça, ele poderá incrementar o trabalho da Polícia Federal”, disse. Entre os investimentos esperados pela procuradora estão o aumento do efetivo, a aquisição de novos equipamentos e o treinamento de agentes. “Quanto mais pessoas qualificadas nessas operações, elas terão mais frutos.”
Coordenadora do núcleo de combate à corrupção do Ministério Público Federal (MPF) de SP desde 2016, Thaméa espera que o juiz continue sua agenda anticorrupção. “Ele é um especialista nesse combate e continuará sua trajetória para que leis sejam mudadas.” Na chefia da operação em Curitiba (PR), Moro deve ser substituído por Gabriela Hardt.
A procuradora destacou que Lava Jato não é dependente do novo ministro da Justiça, que se afasta para assumir o cargo, e não vai parar porque é necessária a um país tomado pelo que chamou de corrupção “sistêmica e endêmica”.
“Sérgio Moro teve papel muito importante, mas não podemos desprezar a atuação da Polícia Federal, da Receita Federal, da CGU [Controladoria-Geral da União] e do Ministério Público”, declarou.
No entendimento de Thaméa Danelon, o novo ministro do governo de Jair Bolsonaro (PSL) poderá criar uma ponte de cooperação internacional para combate ao crime organizado e terá facilidade para enviar ao Legislativo projetos de lei de interesse público.
“Críticas sempre existirão, mas a isenção de Sérgio Moro sempre foi demonstrada, tanto que suas decisões sempre foram confirmadas [por instâncias superiores]”, elogiou. O juiz aceitou nesta quinta o convite para assumir “superministério” em janeiro.
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