Em nota, assessoria de Renan explica declaração sobre indiciamento de Gleisi

  • Por Estadão Conteúdo
  • 26/08/2016 15h08
Presidente do Senado, senador Renan Claheiros (PMDB-AL) concede entrevista coletiva coletiva para falar da pauta de votação até 15 de julho. Foto: Jane de Araújo/Agência Senado Jane de Araújo/Agência Senado Renan Calheiros - Ag. Senado

A assessoria de imprensa do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), divulgou uma nota para explicar sua fala no plenário mais cedo, quando o peemedebista disse que livrou a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) de um indiciamento no Supremo Tribunal Federal (STF).

A nota tentou mostrar o caráter institucional na fala de Renan, afirmando que suas declarações se referem à uma manifestação pública do órgão ao STF contra a ação de busca e apreensão no apartamento funcional da senadora.

“Trata-se de manifestação pública e institucional decorrente da operação de busca e apreensão realizada no imóvel funcional ocupado pelo senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e do indiciamento da senadora pela Polícia Federal”, diz a nota.

A nota explica ainda as duas reclamações que foram protocoladas pela Mesa Diretora do Senado no STF. “A reclamação 24.473 versa sobre a preservação da imunidade parlamentar na operação de busca de apreensão em imóvel do Senado Federal da senadora. Já na reclamação 23.585, que trata do indiciamento da senadora pelo delegado da Polícia Federal, o Senado Federal tentou desfazer ao indiciamento pela Polícia Federal”, afirma o comunicado.

Conforme a nota, a pretensão do Senado foi julgada pelo ministro do STF, Teori Zabascki, em 11 de maio, quando o relator entendeu que a “reclamante acabou denunciada pela suposta prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro” no inquérito 3.979. Na nota, Renan defende que as intervenções do Senado são impessoais, transparentes e ditadas pelo dever funcional no intuito de defender a instituição e as prerrogativas do parlamentar. 

O senador não chegou a se desculpar com Gleisi na nota. Ele apenas reitera sua “isenção” no processo de impeachment e lamentou, de forma geral, “recorrentes provocações em plenário”

Bate-boca

A confusão entre Renan e Gleisi se iniciou quando o presidente do Senado, em uma tentativa de acalmar os ânimos de outros senadores que discutiam, pediu a palavra para pedir mais tranquilidade no plenário. Em seu discurso, ele condenou declarações políticas, citando como exemplo a senadora Gleisi.

“Ontem, a Senadora Gleisi chegou ao cúmulo de dizer aqui para todo o País que o Senado Federal não tinha moral para julgar a Presidente da República”, disse, e em seguida foi acusado por algum dos senadores fora do microfone de estar tentando colocar mais fogo na confusão.

“Eu quero tocar fogo, não! Eu quero dizer que isso não pode acontecer. Como uma senadora pode fazer uma declaração dessa? Exatamente, uma senadora que, há 30 dias, o presidente do Senado Federal conseguiu, no Supremo Tribunal Federal, desfazer o seu indiciamento e do seu esposo”, afirmou.

A fala provocou ainda mais confusão. Muitos senadores partiram para cima do presidente do Senado. Lindbergh Farias (PT-RJ) gritava “baixaria, baixaria!”, enquanto outros bate-bocas paralelos se alastravam pelo plenário.

Julgamento de Gleisi

Coincidentemente, o julgamento sobre a aceitação da denúncia contra a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), inicialmente previsto para ocorrer na próxima terça-feira (30), foi adiado. O caso foi retirado da pauta da 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável por decidir se torna a senadora e seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, réus na Lava Jato.

A defesa de Gleisi afirmou que não fez pedido de adiamento, mas confirmou ter recebido a informação do Supremo de que o caso ficaria fora da sessão da próxima semana.

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