Estiagem leva 15 cidades do Amazonas a situação de emergência
Seca é causada pelo El Niño; Inpa prevê piora na situação no próximo mês
Ao todo, 15 municípios do Amazonas estão em situação de emergência devido a severa estiagem que acomete a região. De acordo com dados da Defesa Civil do Estado, as cidades mais atingidas pela baixa das águas se localizam nas calhas dos rios Juruá e Solimões, nas regiões do Alto e Médio Solimões. Além disso, outros 40 municípios estão em estado de alerta e cinco em atenção. A situação afeta um total 111 mil pessoas. Para o próximo mês, a expectativa é de que o drama se agrave ainda mais, pois a seca deve ser mais intensa. A estimativa da Defesa Civil é que até dezembro o número de atingidos seja de cerca de 500 mil pessoas. “A previsão é que, devido à influência do fenômeno climático El Niño, que inibe formação de nuvens de chuvas, a estiagem deste ano seja prolongada e mais intensa se comparada a anos anteriores, podendo ultrapassar 50 o número de municípios atingidos”, informou o órgão público.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa), além do El Niño, que aumenta a temperatura das águas superficiais do oceano na região do Pacífico Equatorial; o aquecimento do Atlântico Tropical Norte, logo acima da linha do Equador, inibe a formação de nuvens, reduzindo o volume de chuvas na Amazônia. O instituto aponta, ainda, que esse clima mais quente dificulta a formação de nuvens de chuva na região. O governo do Amazonas informou que adotou medidas para apoiar famílias nos setores de saúde e abastecimento de água, bem como na distribuição de cestas básicas, kits de higiene pessoal, renegociação de dívidas e fomento para produtores rurais.
Na última terça-feira, 26, o governo federal anunciou a criação de uma força-tarefa para reforçar as ações que vêm sendo realizadas pelo governo estadual. A iniciativa da União visa enfrentar os impactos da estiagem no Amazonas. O anúncio ocorreu após reunião do governador do estado, Wilson Lima, com os ministros da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e representantes de seis órgãos federais. Entre as ações articuladas, figuram o reforço para ampliar a ajuda humanitária com o envio de itens como cestas básicas e água, além da intensificação do combate ao desmatamento e aos incêndios, principalmente no sul do Amazonas. Também ficou definido maior apoio logístico para as cidades mais afetadas, acesso a programas sociais federais e liberação de emendas parlamentares.
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