Estudo da USP indica um dos fatores que tornam nova cepa mais contagiosa

Proteína spike da variante estabelece uma maior força de interação molecular com receptores presentes na superfície das células humanas

  • Por Jovem Pan
  • 06/01/2021 15h59
FABRÍCIO COSTA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Pessoas andando na rua de máscara em Santos A nova variante, a B.1.1.7, foi detectada no Reino Unido em setembro de 2020

Estudo realizado por pesquisadores das faculdades de Medicina (FMRP) e de Odontologia (FORP) da Universidade de São Paulo (USP), do campus de Ribeirão Preto, indica um dos fatores que tornam a nova cepa do coronavírus mais contagiosa. Apesar da descoberta, ainda não é possível afirmar sobre o impacto da B.1.1.7 na gravidade da doença e nem as possíveis alterações na resposta imunológica ou na eficácia da vacina. A nova variante do Sars-CoV-2, detectada primeiramente no Reino Unido, já foi registrada em 17 países, incluindo o Brasil. A Secretaria de Saúde do estado de São Paulo confirmou na última segunda-feira, 4, os dois primeiros casos da cepa no país.

Segundo a pesquisa, a proteína spike da B.1.1.7 seria a responsável pelo maior contágio do vírus. A spike da nova cepa estabelece uma maior força de interação molecular com os receptores presentes na superfície das células humanas. Por meio da interação, o vírus se liga na célula para viabilizar a infecção, que causa a Covid-19. As interações moleculares mais fortes fazem com que o vírus entre mais facilmente na célula e comece a se replicar.  O estudo confirmou a tese de mutação de um dos aminoácidos presente na proteína spike. De acordo com Geraldo Aleixo Passos, professor da universidade e coordenador do projeto, existem outras mutações no genoma da nova linhagem que ainda não foram analisadas.

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