Ex-diretor da Petrobras não tem provas, diz defesa de Lula

  • Por Estadão Conteúdo
  • 06/05/2017 10h28
BRA101. SAO PAULO (BRASIL), 15/03/2017.- El expresidente brasileño Luiz Inacio Lula da Silva ofrece un discurso durante una manifestación contra la reforma al régimen de jubilaciones propuesta por el presidente Michel Temer hoy, miércoles 15 de marzo de 2017, en Sao Paulo (Brasil). Cientos de miles de brasileños se manifestaron hoy en ciudades del país contra la reforma al régimen de jubilaciones propuesta por el presidente Michel Temer, quien salió en defensa de la iniciativa y dijo que busca evitar un "colapso". EFE/Fernando Bizerra Jr. EFE/Fernando Bizerra Jr. Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursa durante ato contra a Reforma da Previdência na Av. Paulista

O Instituto Lula afirmou ontem, em nota, que as declarações do ex-diretor da Petrobrás Renato Duque são mais uma tentativa dos “acusadores” do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de “fabricar depoimentos mentirosos” contra o petista. “Como não conseguiram produzir nenhuma prova das denúncias levianas contra o ex-presidente, depois de dois anos de investigações, quebra de sigilos e violação de telefonemas, restou apelar para a fabricação de depoimentos mentirosos”, diz a nota.

Apontado como a pessoa que “tinha o comando” do esquema de corrupção na Petrobrás, o ex-presidente não comentou o depoimento de Duque. Ele participou ontem do Congresso do PT, em São Paulo, que teve a presença do ex-presidente do Uruguai José “Pepe” Mujica.

O advogado Cristiano Zanin Martins, defensor de Lula, afirmou, em nota, que o depoimento do ex-diretor da Petrobrás “segue o padrão já identificado nas declarações dos novos candidatos a delatores que o antecederam, caso de Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, e de seu subordinado Agenor Medeiros”. “Eles citam Lula, falam de encontros e de conversas com o ex-presidente, mas não têm qualquer prova do que afirmam”, diz o advogado.

Ainda segundo a nota do Instituto Lula, “o desespero dos procuradores aumentou com a aproximação da audiência em que Lula vai, finalmente, apresentar ao juízo a verdade dos fatos”. O petista será interrogado no próximo dia 10, em Curitiba, na ação penal do caso em que é réu no caso do triplex no Guarujá, no litoral de São Paulo. O ex-presidente será ouvido pelo do juiz Sérgio Moro.

O depoimento, inicialmente marcado para o dia 3 de maio, foi adiado. Na ocasião, sob o argumento de falta de segurança, Sérgio Moro aceitou o pedido da Secretaria de Segurança Pública do Paraná, e adiou o depoimento. Para o instituto Lula, no entanto, o adiamento se deu “sob o falso pretexto”.

“Na verdade, como vinha alertando a defesa de Lula, o adiamento serviu unicamente para encaixar nos autos depoimentos fabricados de ex-diretores da OAS (Leo Pinheiro e Agenor Medeiros) e, agora, o de Renato Duque.” Segundo a nota, os três depoentes, que até então não haviam mencionado Lula ao longo do processo, “são pessoas condenadas a penas de mais de 20 anos de prisão, encontrando-se coagidas a negociar benefícios penais”.

“Desesperada gincana”

O Instituto Lula também criticou o “vazamento seletivo” de depoimentos. “Estranhamente, veículos da imprensa e da blogosfera vinham antecipando o suposto teor dos depoimentos, sempre com o sentido de comprometer Lula”, afirma o texto.

“O que assistimos nos últimos dias foi mais uma etapa dessa desesperada gincana, nos tribunais e na mídia, em busca de uma prova contra Lula, prova que não existe na realidade e muito menos nos autos.

“Bala de prata”.

O advogado José Roberto Batochio, que defende Antonio Palocci, afirmou que as declarações de Duque são uma “bala de prata”. “É uma tentativa de alguém que está condenado a muitos anos de diminuir sua pena. É uma verdadeira bala de prata, a última passagem para Berlim”, disse o advogado do ex-ministro, também citado no depoimento do ex-diretor da Petrobrás.

A advogada do ex-ministro Paulo Bernardo, Verônica Sterman, afirmou que o depoimento de Duque é “mentiroso”. “Paulo Bernardo nunca esteve com Renato Duque para tratar de qualquer assunto relacionado à Petrobrás.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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