Ex-gerente da Petrobras e ex-banqueiro são alvos na Operação Poço Seco

  • Por Jovem Pan com Estadão Conteúdo
  • 26/05/2017 11h15
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Divulgação Polícia Federal

A Polícia Federal está nas ruas cumprindo a 41ª fase da Lava Jato a pedido do Ministério Público Federal. A PF cumpre mandados de prisão preventiva e temporária, de busca e apreensão e de condução coercitiva em operação batizada como Poço Seco. Os focos principais são um ex-gerente da área internacional e um ex-banqueiro, alvos de mandados de prisão, suspeitos de terem recebido mais de US$ 5,5 milhões em propinas da empresa Companie Beninoise des Hydrocarbures SARL (CBH). 

Eles e outras cinco pessoas, relacionadas a um total de cinco contas mantidas na Suíça e nos Estados Unidos, são suspeitos de terem recebido pagamentos ilícitos, entre 2011 e 2014, que totalizaram mais de US$ 7 milhões e são investigados neste novo desdobramento da operação. Os fatos podem configurar os crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

A empresa CBH pertence ao empresário português Idalecio Oliveira e foi responsável pela venda de um campo seco de petróleo em Benin, na África, para a Petrobras, em 2011. Os pagamentos de propina, feitos para efetivar a venda, foram intermediados pelo lobista João Augusto Rezende Henriques, operador do PMDB no esquema da Petrobras. 

Henriques está preso desde setembro de 2015 na operação Lava Jato e foi condenado a sete anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, em decorrência dos mesmos fatos, em outro processo. Naquele processo, foram condenados também o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha e o ex-diretor da Petrobras Jorge Luiz Zelada.

Investigação

A investigação foi iniciada em agosto de 2015, a partir da cooperação internacional com a Suíça. Documentos enviados pelo Ministério Público daquele país ao Brasil comprovaram o pagamento de subornos num total de US$ 10 milhões (cerca de R$ 36 milhões) para concretizar a aquisição pela Petrobras de campo de petróleo em Benin, na África, por US$ 34,5 milhões. As evidências apontam, portanto, para o fato de que quase um terço do valor do negócio foi pago em propinas.

A Operação

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira (26) a 41ª fase da Operação Lava Jato.

Foram expedidos 13 mandados judiciais. São oito de busca e apreensão, um de prisão preventiva, um de prisão temporária e três mandados de condução coercitiva. As prisões foram cumpridas no Rio de Janeiro. As ações são realizadas em quatro endereços em São Conrado e na Barra da Tijuca. A ação também é realizada em São Paulo e no Distrito Federal.

A operação investiga complexas operações financeiras realizadas a partir da aquisição pela Petrobras de direitos de exploração de petróleo em Benin, na África e que tinham como objetivo disponibilizar recursos para o pagamento de vantagens indevidas ao ex-gerente de negócios internacionais da empresa.

Entre os alvos da ação estão os lobistas ligados ao PMDB, Jorge Luz e Bruno Luz, pai e filho, que operavam para a sigla dentro da estatal. Outro alvo é Álvaro Gualberto Teixeira de Mello, que é alvo de condução coercitiva.

A ação da PF desta sexta-feira (26) foi batizada de Operação Poço Seco.

O nome da nova fase faz referência aos resultados negativos do investimento realizado pela estatal na aquisição de direitos de exploração dos poços de petróleo em Benin.

Os investigados desta nova fase deverão responder por prática de crimes de corrupção, fraude em licitações, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, entre outros.

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