Fiéis lotam catedral em missa de homenagem a vítimas de ataque

  • Por Jovem Pan
  • 12/12/2018 16h50 - Atualizado em 12/12/2018 16h50
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Rovena Rosa/Agência Brasil Padre lembrou a história da igreja, que foi inaugurada em 1883

Dezenas de pessoas participaram nesta quarta-feira (12) de uma missa, na Catedral Metropolitana de Campinas (SP), em homenagem às vítimas do ataque que ocorreu na terça (11), deixando três feridos e seis mortos – entre eles o atirador, que se suicidou. A celebração aconteceu no mesmo horário do ato que terminou com o crime.

No fim da cerimônia litúrgica de terça, Euler Fernando Grandolpho se levantou de um banco da igreja e atirou. A quinta vítima, um idoso que estava internado, morreu nesta quarta às 13h25 – mesmo horário em que, segundo a Polícia Militar, houve a comunicação do crime. A catedral ainda tem áreas restritas ao trabalho de peritos.

A missa foi celebrada pelo padre Rafael Capelato. “Sabemos que vocês, familiares, choram e nós choramos também”, disse. Apesar de ser o pároco da catedral, ele não participou da cerimônia do dia anterior, que foi ministrada pelo padre Amauri Ribeiro Thomazzi. Desesperado, ele chegou a gravar um vídeo após o ataque, pedindo orações.

Nesta quarta, as palavras “tristeza” e “tragédia” foram as mais ouvidas nas conversas entre os fiéis que lotaram o tempo, inaugurado em 1883 com pisos e altares ainda feitos em madeira. A história da catedral foi tema de pregação. “[Com a missa], fizemos esse gesto de reconsagração do tempo que foi violado por um ato tão violento e trágico”, falou Capelato.

‘Eu estava sentado ao lado do atirador’

O analista de contas Altair Dias, de 45 anos, era um dos fiéis que homenageavam as vítimas do ataque nesta quarta. No dia anterior, ele esteve na igreja e disse que chegou a se sentar ao lado do atirador, deixando o local antes do crime. “Eu venho sempre de manhã ou à noite. Estou afastado [do trabalho] porque descobri que tenho um câncer”, contou.

Segundo Altair, o autor do ataque estava “sereno” e não dava pistas de que agiria com violência minutos depois. Depois de sair da catedral, ele só ficou sabendo da tragédia depois, alertado por parentes e conhecidos. “A minha filha e amigos sabem que eu venho esse horário e ficaram preocupados.”

*Com informações da Agência Brasil

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