Filho diz que recebeu mensagem do celular de Flordelis pedindo que assassinasse Anderson

  • Por Jovem Pan
  • 16/08/2019 15h23
Jose Lucena/Estadão Conteúdo A suspeita é que o assassinato tenha ocorrido por motivos financeiros

Um dos filhos adotivos da deputada federal Flordelis dos Santos de Souza (PSD) e do pastor Anderson do Carmo, Lucas Cézar dos Santos de Souza, afirmou em depoimento à Polícia Civil que recebeu mensagens do celular da própria mãe pedindo que assassinasse o pai.

Segundo informações da TV Globo, ele teria ligado para a mãe logo depois de ver a mensagem, mas foi informado de que ela não estava em casa. Depois, quando mostrou a mensagem, ela ficou nervosa. Lucas disse também que outras pessoas tinham o hábito de mexer no aparelho.

De acordo com ele, na véspera, outra filha adotiva do casal, Marzy, o procurou oferecendo R$ 5 mil para matar o pastor. Para a delegada Bárbara Lomba, titular da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo, a suspeita é que o assassinato tenha ocorrido por motivos financeiros.

“Após o indiciamento dos dois, iniciamos uma segunda fase das investigações. Nela, todo o contexto familiar será investigado e a deputada poderá ser investigada, também. Até o momento, ninguém está descartado. Sabemos que há uma motivação global nesse homicídio, não apenas do Lucas e do Flavio. Essa ação criminosa não se encerra neles dois”, declarou.

Filhos foram acusados de homicídio

Nesta quinta-feira (15), Lucas e o irmão Flávio dos Santos Rodrigues foram indiciados pelo Ministério Público do Rio por homicídio. A denúncia disse que Flávio matou Anderson a tiros por volta das 03h30, na casa onde o casal morava, em Niterói, na Região Metropolitana fluminense. Lucas teria sido cúmplice do irmão, pois sabia da intenção, motivos e planos para matar o pai e “a tudo aderiu e o ajudou a adquirir a arma utilizada no crime”.

Flávio também foi denunciado por manter, em sua casa, arma de fogo, acessório e munição de uso proibido ou restrito. O acusado guardava uma pistola Bersa, modelo TPR9 calibre 9mm, com mira ótica e carregador.

O MP afirma que o acusado não tinha autorização legal para portar a arma. Ela tinha o número de série da arma raspado “e suprimido por ação mecânica”. Peritos, porém, conseguiram identificá-lo em laboratório por meios químico-metalográficos, informou o MP.

Promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaecom/MPRJ) requerem na denúncia que Flávio e Lucas sejam enquadrados por homicídio qualificado (artigo 121, § 2º, inciso I e IV, do Código Penal), com pena de reclusão prevista de 12 a 30 anos, e Flávio também por posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito (artigo 16 caput e parágrafo único, IV da lei 10.826/2003), com pena prevista de três a seis anos de reclusão.

Defesa

O advogado Anderson Rollemberg, que defende Flávio, nega que seu cliente tenha confessado o crime, como tinha sido divulgado inicialmente. A deputada já afirmou não acreditar que os filhos sejam culpados.

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