Fiocruz alerta para aumento de ocupação de leitos de UTI
Fundação ressalta, no entanto, que ‘menções a um possível colapso no sistema de saúde, neste momento, são incomparáveis com o que foi vivenciado em 2021’
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) emitiu na quarta-feira, 12, uma nota técnica alertando para o aumento de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva Covid-19 para adultos no Sistema Único de Saúde (SUS). Apesar do alerta, a Fiocruz ressalta que o momento vivenciado pelo Brasil em 2022, com as altas taxas de vacinação contra a Covid-19, é diferente de 2020 e do início de 2021. Segundo análise da instituição, um Estado e quatro capitais configuram na zona de “alerta crítica”.
Pernambuco está nessa zona, com uma taxa de ocupação de 82%. Distrito Federal (74%), Espírito Santo (71%), Pará (71%), Ceará (68%), Goiás (67%), Piauí (66%), Bahia (63%), Tocantins (61%), por sua vez, figuram na zona de alerta intermediário. Entre as capitais, Fortaleza (88%), Recife (80%), Belo Horizonte (84%) e Goiânia (94%) fazem parte de zonas de alerta crítico; e Porto Velho (76%), Macapá (60%), Maceió (68%), Salvador (68%), Vitória (77%) e Brasília (74%) na zona de alerta intermediário. O aumento leva em conta a comparação entre os números obtidos em 10 de janeiro e 2 de agosto de 2021.
“Cabe ressaltar, entretanto, que o patamar de número de leitos é outro e o número de internações em UTI hoje ainda é predominantemente muito menor do que aquele observado em 2 de agosto, quando, já no quadro de arrefecimento da pandemia, leitos começavam a ser retirados”, destaca a fundação. “Sem minimizar preocupações com o novo momento da pandemia, é fundamental ratificar a ideia de que há um outro cenário com a vacinação e as próprias características das manifestações da Covid-19 pela Ômicron“, completa a Fiocruz. Mesmo com a ressalva, a instituição aponta que o grande volume de casos irá pressionar a demanda por serviços de saúde.
“O momento requer atenção cuidadosa dos gestores sobre a necessidade de reabertura de leitos de UTI Covid-19. Não é possível ignorar que o perfil das internações geradas pela infecção com a variante Ômicron será provavelmente muito diferente daquele registrado para as demais. No mais, tão importante quanto estar atento à necessidade de reabertura de leitos, é reorganizar a rede de serviços de saúde no sentido de dar conta dos desfalques de profissionais afastados por contrair a infecção, garantir a atuação eficiente da atenção primária em saúde no atendimento a pacientes, por exemplo, teleatendimento, e prosseguir na vacinação da população”, finaliza a nota técnica.
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