Fiocruz deve produzir internamente vacina para a Covid-19 em abril, diz Ministério da Saúde

Estimativa é que a assinatura do contrato para a importação de insumos, em parceria com a farmacêutica AstraZeneca, seja feita em setembro e que, até dezembro, os primeiros lotes cheguem ao país

  • Por Jovem Pan
  • 20/08/2020 21h34
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REUTERS/Dado Ruvic/Illustration/File Photo Mulher olhando frasco de vacina contra Covid A vacina da farmacêutica AstraZeneca, que integra a parceria da Universidade de Oxford com a Unifesp, está na fase 3 de testes

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) deve começar a produzir internamente a vacina contra a Covid-19 no Brasil a partir de abril do ano que vem, segundo informações dadas pelo Ministério da Saúde nesta quinta-feira, 20, em entrevista coletiva. “Esperamos que a partir de abril de 2021 a Friocruz já tenha capacidade de produção interna da vacina”, afirmou o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos do Ministério da Saúde, Helio Angotti Neto. Ele ressaltou, ainda, que a disponibilização do imunizante só poderá ser feita depois de obtido registro junto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A estimativa é que a assinatura do contrato para a importação de insumos, em parceria com a farmacêutica AstraZeneca, seja feita na primeira semana de setembro e que, até dezembro, os primeiros lotes cheguem ao país. Com isso, a vacina deve estar disponível para a população em janeiro de 2021. No entanto, essa primeira etapa não conseguirá imunizar todos os brasileiros e, por isso, algumas pessoas serão priorizadas. “Com base nesses testes, no acompanhamento das evidências, esses grupos [prioritários] serão decididos. Temos que verificar a capacidade de inomogeneidade para cada faixa etária, características genéticas, para então decidir”, afirmou o secretário executivo do ministério, Elcio Franco.

Segundo um balanço atualizado em 10 de agosto pela Organização Mundial da Saúde (OMS), apenas seis vacinas estão na fase 3 de estudos, quatro no Brasil. É somente depois desta prova, em milhares de participantes, que ela pode ou não ser licenciada e liberada para a comercialização. As pessoas também precisam ser acompanhadas por meses, para demonstrar que há poucas infecções entre as que receberem a vacina na comparação com aquelas que receberam um placebo. Só assim as imunizações poderão ser aprovadas por órgãos reguladores — como a Anvisa aqui no Brasil.

A vacina da farmacêutica AstraZeneca, que integra a parceria da Universidade de Oxford (Reino Unido) com a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), está na fase 3 de testes, aplicada em voluntários no Reino Unido, África do Sul e Brasil, sendo 5 mil voluntários em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. Em 20 de julho, cientistas de Oxford afirmaram que é segura e induz resposta imunológica. A estimativa é que doses emergenciais possam ser entregues ainda em outubro, e que a disponibilização em larga escala aconteça em abril de 2021. O CEO da companhia farmacêutica AstraZeneca, Pascal Soriot, deu perspectivas ainda mais otimistas. Segundo ele, se os resultados dos testes forem bem-sucedidos, a população do Reino Unido pode ter acesso à vacina ainda em setembro deste ano. Essa imunização é considerada a mais promissora pela comunidade científica mundial. Isso porque o antiviral já tinha sido estudado para a Síndrome Respiratória Aguda Grade (Sars) e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers), também causadas pelo coronavírus. Assim, o processo e a segurança tiveram etapas aceleradas.

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