Flávio Bolsonaro é intimado a depor sobre suposto vazamento de operação

Declarações feitas por Paulo Marinho indicam que o senador foi previamente avisado sobre a Furna da Onça, que trouxe à tona movimentações atípicas nas contas de Queiroz

  • Por Jovem Pan
  • 19/06/2020 19h52 - Atualizado em 19/06/2020 19h53
Jefferson Rudy/Agência Senado Flávio disse a acusação é uma "invenção" e afirmou que o empresário tem interesse em prejudicá-lo

O Ministério Público Federal (MPF) do Rio de Janeiro intimou o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) a prestar depoimento na investigação que apura supostos vazamentos da Polícia Federal sobre a Operação Furna da Onça. Além de Flávio, serão ouvidos os advogados Ralph Hage Vianna e Christiano Fragoso.

A investigação faz parte do procedimento aberto para apurar declarações feitas pelo ex-aliado do governo, o empresário e pré-candidato à prefeitura do Rio, Paulo Marinho (PSDB), de que o filho mais velho do presidente foi previamente avisado da operação que trouxe à tona as movimentações atípicas nas contas de seu ex-assessor Fabrício Queiroz, preso nesta quinta-feira, 18. O ex-funcionário de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio foi citado em um relatório do antigo Conselho de Atividades Financeiras (Coaf), o que arrastou o então deputado para o centro de uma investigação criminal sobre suposto esquema de desvio de salários em seu gabinete, a chamada ‘rachadinha’.

Marinho afirma que, segundo relato do próprio Flávio, um delegado da Polícia Federal avisou das investigações pouco após o primeiro turno das eleições daquele ano e informou que membros da Superintendência da PF no Rio adiariam a operação para não prejudicar a disputa de Jair Bolsonaro (sem partido) no segundo turno.

Em virtude do foro por prerrogativa de função, o Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial no Rio solicitou que o Procurador Geral da República, Augusto Aras, encaminhe a intimação. Flávio terá 30 dias, a contar do recebimento, para marcar o depoimento.

O advogado de Flávio Bolsonaro, Frederick Wassef, dono da casa onde Fabrício Queiroz foi encontrado, classificou a revelação de Marinho como uma “cortina de fumaça”. Já o próprio Flávio disse a acusação é uma “invenção” e afirmou que o empresário tem interesse em prejudicá-lo, já que é seu suplente no Senado Federal.

* Com informações do Estadão Conteúdo

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