Flávio Bolsonaro: MP quer dar ‘verniz de legalidade’ à investigação contra Queiroz

Segundo o senador, filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro, o órgão quer atacar sua imagem para atacar o governo do pai

  • Por Jovem Pan
  • 13/05/2019 11h27
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Estadão Conteúdo O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ)

O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) afirmou que o Ministério Público quer dar um “verniz de legalidade” à investigação que envolve seu ex-assessor Fabrício Queiroz. Segundo ele, é por isso que os promotores correm para obter autorização da Justiça e quebrar seu sigilo bancário e fiscal.

“Para que o pedido se meu extrato já apareceu na televisão? Eles querem requentar informação que conseguiram de forma ilegal”, disse em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, publicada nesta segunda-feira (13). “A investigação tem de ser arquivada e eles sabem disso.”

Para o filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro, o MP quer atacá-lo para atacar o governo de seu pai. “Infelizmente, tem militância política em tudo quanto é instituição”, afirmou.

Flávio passou a ser investigado depois que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou movimentação financeira atípica em sua conta corrente e na de Queiroz.

De acordo com o senador, ele não conversa com Queiroz desde que o ex-assessor foi hospitalizado para a retirada de um câncer. “A última vez que falei com Queiroz foi quando, após a cirurgia do câncer, liguei para saber se estava tudo bem. E nunca mais falei com ele Não sei onde está, não tenho informação”, afirmou.

Ele avaliou que a demora de Queiroz para se pronunciar sobre o caso o prejudicou muito. “Fui sendo fritado enquanto ele não falava nada.”

“Talvez meu erro tenha sido esse: confiar demais nele”, afirmou Flávio Bolsonaro. Ele contou que Queiroz tinha a confiança do pai e que por isso trabalharam juntos. “Eu estava mais junto com o Queiroz algumas vezes do que com a minha família. A relação foi sendo construída, de confiança. Mas não tinha como prever, como ainda não há como ter convicção de que houve ilegalidade”, afirmou.

Questionado se o “tsunami” que é esperado por Bolsonaro para esta semana está relacionado à investigação contra Queiroz, Flávio disse que não. “De jeito nenhum. Não tem nada a ver. Ele estava falando da MP 870, da reorganização dos ministérios.”

“Sou a favor de qualquer investigação, sempre estive aberto para prestar informações. Só que quebraram meu sigilo bancário sem autorização da Justiça e expuseram isso em rede nacional. Como me defendo? Minha intimidade, ninguém respeita?”, questionou Flávio.

Ele também negou que tenha havido a “rachadinha”, devolução do salário de servidores. “Claro que não. Queiroz estava na mesa quando empresários queriam doar alguns milhões de reais na campanha. Neguei na frente de todo mundo”, disse.

Flávio foi perguntado pelo jornal sobre o que isso tinha a ver com a pergunta anterior. “Ele estava vendo qual era a minha postura. Se eu quisesse dinheiro, eu aceitava. Essa história de rachadinha não tem liga com o histórico do nome Bolsonaro. Não tem por que o Queiroz ter feito isso. Se fez, foi sem o meu consentimento”, explicou.

O senador afirmou que “não tem nada de atípico” em sua movimentação financeira e que seus recursos vêm de sua atividade parlamentar e da franquia da Kopenhagen que possui. Ele não quis falar quanto recebe da empresa. “Não tem porque ficar falando aqui quanto ganho e deixo de ganhar. Declaro tudo à Receita, nunca tive problema nenhum com o Fisco”, disse.

Irmão Carlos

A respeito das publicações nas redes sociais de Carlos Bolsonaro, o senador Flávio disse que nem sempre a opinião postada pelo irmão reflete a do presidente ou a dele. “Não sou de ir para internet lavar roupa suja. Gosto de trabalhar as coisas olhando no olho. A postura do Carlos não pode ser interpretada como palavra do governo.”

Sobre a mudança do Coaf do Ministério da Justiça para o da Economia, Flávio afirmou que ela representa uma derrota política para o governo. Ele, contudo, ponderou que o assunto ainda será debatido pelo plenário do Senado. “Meu voto é do governo”, declarou.

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