Funcionários da Dataprev anunciam greve em cinco Estados

Greve foi iniciada após o fracasso da tentativa de negociação coletiva para a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho 2020, que previa direitos específicos no plano de saúde para cada um dos funcionários

  • Por Jovem Pan
  • 09/03/2021 15h56
Reprodução/Dataprev Prédio sede da Dataprev A Dataprev é uma estatal vinculada ao Ministério da Economia

Os trabalhadores da Dataprev, estatal responsável pelo processamento de dados das aposentadorias no país, anunciaram, nesta terça-feira, 9, que entrarão em greve em São Paulo, no Distrito Federal, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. A greve foi iniciada após o fracasso da tentativa de negociação coletiva para a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho 2020 com a empresa. O acordo vinha sendo renovado a cada 30 dias, sem índice de reajuste salarial. Os funcionários alegam que, em 25 de fevereiro, a Dataprev encerrou o contrato com o plano de saúde da GEAP. Segundo o sindicato, no Acordo Coletivo de Trabalho 2020, havia duas cláusulas que previam direitos específicos para empregados ativos, aposentados, pensionistas e familiares. No novo plano de saúde, não há essa garantia. “Essas duas cláusulas geraram entrave nas negociações, pois a empresa se recusou a assinar novo acordo com a previsão anterior”, diz nota.

A proposta da Federação Interestadual dos Trabalhadores em Tecnologia da Informação (FEITTINF) é a renovação de todas as cláusulas anteriores por mais 60 dias, ou seja, até a próxima data-base da categoria, que é no dia 1º de maio. Na última sexta-feira, 6, a diretoria da empresa afirmou estar disposta a retomar as negociações por meio de mediação do Tribunal Superior do Trabalho (TST). A federação recusou e afirmou estar no aguardo de uma proposta concreta para negociação direta entre as partes. “Desde o ano passado, temos denunciamos o desmonte da estrutura da Dataprev com demissões em massa e o fechamento de unidades pelo Brasil. Mesmo assim, os trabalhadores da Dataprev estiveram na linha de frente durante a pandemia, se não fosse o trabalho desses profissionais teria sido impossível pagar o auxílio emergencial para quase 70 milhões de brasileiros no ano passado. Os trabalhadores não vão aceitar esses ataques e a precarização que querem impor para depois privatizarem esse patrimônio nacional”, afirmou Antonio Neto, presidente do Sindpd (Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados e Tecnologia da Informação do Estado de São Paulo) e da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros). Em São Paulo, a paralisação será iniciada a partir da sexta-feira, 12, por tempo indeterminado. No Distrito Federal, a greve começou nesta terça. No Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte, na segunda-feira, 8.

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