Prestação de serviços avança 0,6% em janeiro após estagnação no fim de 2020

Medidas de isolamento social ainda fazem setor acumular perda de 8,3% nos últimos 12 meses, o pior resultado da série histórica

  • Por Jovem Pan
  • 09/03/2021 11h56
Saulo Angelo/Futura Press/Estadão Conteúdo FLEXIBILIZAÇÃO-QUARENTENA-ABERTURA-BARES-RESTAURANTES - GERAL A prestação de serviços foi o único setor do PIB que registrou alta no terceiro trimestre de 2021

prestação de serviços avançou 0,6% em janeiro na comparação com dezembro de 2020, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 9. Foi o oitavo mês que o indicador não registrou queda e mostra uma leve recuperação após a estagnação registrada em dezembro de 2020. O setor, o mais impactado pela pandemia do novo coronavírus, fechou o ano passado com queda de 7,8%, o pior tombo para a atividade desde o início da série histórica iniciada em 2012. A atividade acumula queda de 8,3% nos últimos 12 meses, também o pior resultado desde o começo da série histórica. A alta de 0,6% mostra que o setor de serviços segue encurtando o distanciamento para patamar do período pré-pandemia, e se encontra 3% abaixo do nível de fevereiro de 2020.

O avanço foi acompanhado por apenas duas das cinco atividades investigadas: transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (3,1%) e serviços profissionais, administrativos e complementares (3,4%). O primeiro setor acumula ganho de 29,6% entre maio de 2020 e janeiro de 2021, mas ainda se encontra 2,7% abaixo do patamar de fevereiro de 2020. No segundo ramo, houve recuperação de 13,9% entre junho de 2020 e janeiro de 2021, mas ainda sem eliminar a perda verificada entre novembro de 2019 e maio de 2020 (-20,0%). “Ainda que o crescimento desse setor tenha sido ligeiramente menor que o dos serviços profissionais e administrativos (3,4%), o impacto dele foi maior no resultado geral. Todos os segmentos dentro do setor de transportes mostraram crescimento e esse espalhamento ajuda a explicar o resultado”, diz o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.

A retração mais relevante veio de outros serviços (-9,2%), que devolvem o ganho acumulado de 5,7% do período novembro-dezembro. “As perdas mais importantes desse setor vieram de corretoras de títulos e valores imobiliários. Esse segmento de serviços financeiros auxiliares tem uma característica importante, que é o pagamento de taxas de performance no mês de dezembro. Então as receitas mudam e a base de comparação é mais elevada. Isso acaba trazendo algum tipo de devolução importante no mês subsequente, que é janeiro”, diz Lobo. Os demais resultados negativos ficaram com os serviços de informação e comunicação (-0,7%) e os prestados às famílias (-1,5%), com o primeiro anulando parte do ganho de 4,7% registrado nos quatro últimos meses de 2020; e o segundo, com a segunda taxa negativa seguida, teve perda acumulada de 5,5%, subtrai parte do avanço obtido entre agosto e novembro de 2020 (68,5%).

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