Gilmar Mendes volta a criticar vazamento de pedidos de prisão da cúpula do PMDB

  • Por Estadão Conteúdo
  • 10/06/2016 11h25
Brasília - O ministro Gilmar Mendes foi eleito hoje (7) o próximo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele vai substituir o atual presidente, Dias Toffoli, a partir de maio (José Cruz/Agência Brasil) José Cruz / Agência Brasil Gilmar Mendes

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, voltou a criticar, nesta sexta-feira (10), o vazamento de informações sobre pedidos de prisão da cúpula do PMDB feitos pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. “Quem exerce funções legais não pode sair cometendo ilegalidades”, disse o jurista, em entrevista à Rádio Estadão. O membro do judiciário já havia criticado o vazamento, na passada terça-feira (7).

Apesar da crítica, ele avaliou que os ministros da Corte não se sentirão pressionados no julgamento dessa questão porque são muito experientes e sabem lidar com diversas opiniões. Mendes não soube dizer quando e se esses pedidos de prisão irão a plenário, argumentando que esta é uma decisão do relator da Lava Jato no Supremo, ministro Teori Zavascki.

Na entrevista à rádio, Gilmar Mendes disse que este e outros vazamentos têm ocorrido em processos que deveriam ficar em sigilo. “A toda hora nos defrontamos com esse tipo de situação”, criticou. O ministro destacou que algumas das “manifestações da PGR chegam primeiro à imprensa do que ao gabinete do relator”, frisando que é preciso cuidado para que isso não se transforme em flagrantes abusos, pois tais assuntos merecem ser tratados com respeito.

Questionado sobre o pedido de investigação do senador tucano Aécio Neves (MG), Mendes disse que as apurações estão abertas e que não há novidade com relação ao caso.

O jurista foi indagado também sobre as críticas de que na Operação Lava Jato, na primeira instância (a Vara de Sérgio Moro, em Curitiba), atua de maneira acelerada, contando com várias condenações e, no caso dos políticos, que têm foro privilegiado, os processos ficam com o STF, fazendo com que a celeridade não seja a mesma. 

Em resposta, o ministro disse que o STF não é uma corte dedicada apenas às matérias penais. “Há mais inquéritos abertos (no STF há um total de 50) do que denúncias oferecidas pela procuradoria (no total de 11)”, justificou.

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