‘Governo Temer não vai fazer milagre’, afirma Romero Jucá

  • Por Estadão Conteúdo
  • 01/07/2016 09h14

Temer ao lado de Jucá na tarde desta segunda (23) EFE/Fernando Bizerra Jr EFE - Temer ao lado de Jucá na tarde desta segunda (23)

Primeiro ministro a deixar o governo após 15 dias da posse de Michel Temer, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) nega que tenha deixado a função por causa das investigações da Operação Lava Jato. Em entrevista à TV Estadão, ele disse que continuará contribuindo para as políticas de governo e reitera que a gestão Temer não fará milagres, mas mudará tendências na economia. A seguir, trechos da conversa.

O sr. voltaria a ser ministro do governo depois da manifestação do Ministério Público sobre seu envolvimento na Lava Jato?

Primeiro, eu não saí do governo por causa da Lava Jato. Não considero demérito em ser investigado, considero demérito ser condenado. Já dei explicações, cobrei o posicionamento do Ministério Público. Apoiei e apoio a Lava Jato. Sou presidente do PMDB, estou ajudando. Vou ajudar onde estiver. Tenho interesse que a investigação seja célere porque não se pode colocar uma nuvem de desconfiança sobre todos os políticos do Brasil. Isso agrava a crise. Fora da política existe aventura. E aventura, no Brasil, já mostrou que não dá certo. Dilma foi uma aventura.

A meta de déficit de mais de R$ 100 bilhões em 2017 não passa a percepção de que o governo não está fazendo o ajuste fiscal?

O governo Temer na economia não vai fazer o milagre de apresentar todos os resultados que queremos, mas vai mudar as tendências e dar uma sinalização para o médio prazo de que a economia vai entrar no eixo. Vamos defender a meta de 2017 e sinalizar as de 2018 e 2019 como forma de atuar com previsibilidade. 

Mas o déficit previsto é muito elevado.

O presidente Michel Temer e o ministro Henrique Meirelles não são mágicos. Ninguém tira coelho da cartola na economia. Ajusta a cartola, dá um polimento nela e recupera a cartola. 

A economia vai continuar convivendo com déficits robustos? 

Vamos correr para agir com reformas estruturantes e nas questões de concessões e PPPs (Parcerias Público-Privadas). Estamos numa linha que não é só a do corte de gasto. Outras ações no nível econômico têm de ser o forte do governo. Vamos ter também ações de animação econômica.

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