Grupo sem-terra invade fazenda de amigo de Temer em Duartina (SP)

  • Por Estadão Conteúdo
  • 22/05/2017 13h58
Movimento Social Sem Limites / Divulgação Grupo sem-terra invade fazenda de amigo de Temer - reprodução

Integrantes da União Nacional Camponesa (UNC) invadiram a Fazenda Esmeralda, da empresa de João Baptista Lima Filho, ex-assessor e amigo do presidente Michel Temer (PMDB), na madrugada desta segunda-feira (22), em Duartina, cidade do interior de São Paulo. De acordo com a Polícia Militar, cerca de 300 sem-terra provenientes da região de Bauru romperam o cadeado do portão e ocuparam a propriedade.

Lima Filho foi citado pelo delator Florisvaldo Caetano de Oliveira, apontado como o responsável do grupo J&F pela entrega de dinheiro a políticos, com quem teria tido dois encontros. O primeiro teve como objetivo conhecer o destinatário, chamado de “coronel”, e combinar a forma de entrega dos valores. No segundo, Oliveira afirmar ter entregue R$ 1 milhão em espécie para Lima Filho.

Para a ocupação, o grupo, formado por integrantes de vários movimentos de luta pela terra e sindicatos de trabalhadores rurais, chegou em três ônibus e vários carros. Um porta-voz da UNC informou que a mobilização é nacional e pede a saída do presidente, acusado em delação e gravações feitas por dirigentes da empresa JBS e investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF)

Para a UNC, o presidente é sócio oculto da propriedade, registrada em nome da empresa Argeplan, de São Paulo, e de seu sócio, o ex-coronel da PM Lima Filho. A propriedade já havia sido invadida em maio de 2016 pelo Movimento dos Sem-Terra (MST) Na ocasião, por meio de sua assessoria, Temer negou ser proprietário de qualquer propriedade rural.

A Argeplan informou, por telefone, que seus diretores ainda buscavam informações sobre a nova invasão e que se manifestariam ao transcorrer do dia. Na ocupação anterior, a Argeplan informou em nota que a propriedade da empresa e de seus sócio, João Baptista, havia sido regularmente adquirida a partir de 1986 e todas as atividades nela desenvolvidas são produtivas, respeitando o meio ambiente e as relações de trabalho.

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