Gurgel diz a líder do PR que deixará o Conselho de Ética da Câmara

  • Por Agência Estado
  • 10/03/2016 13h34
Antonio Augusto / Câmara dos Deputados Vinícius Gurgel (PR-AP) alegou que estava de ressaca e citou problemas psiquiátricos para justificar assinatura tão diferente

Após o episódio da contestação de sua assinatura em um documento encaminhado ao Conselho de Ética, o deputado Vinícius Gurgel (PR-AP) deve seguir a orientação do partido e renunciar em definitivo à vaga de membro titular do colegiado.

Em conversa com o parlamentar, o líder da bancada na Câmara, Maurício Quintella Lessa (AL), sugeriu que ele desista da função e se concentre no tratamento de saúde. “Não é confortável, não é cômodo mais para ele e para o conselho. Ele não está bem, está precisando se cuidar”, disse Quintella ao Broadcast Político. Gurgel aceitou a recomendação, mas ainda não formalizou a saída do colegiado. 

Reportagem publicada na quarta-feira, 9, pelo jornal Folha de S Paulo revelou que dois peritos atestaram a falsidade da assinatura de Gurgel em um ofício endereçado ao conselho. Na noite da votação do parecer que deu continuidade ao processo disciplinar contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Gurgel enviou uma carta de renúncia ao cargo de membro titular do colegiado. Na ocasião, o próprio líder do PR assumiu a função para assegurar que o voto favorável a Cunha fosse mantido. O parecer contra o peemedebista foi aprovado por 11 votos a 10. No dia seguinte, Gurgel retomou o posto de titular.

Ontem, o deputado insistiu que não houve falsificação de documento e disse que assinou a renúncia sob efeito de álcool e medicação controlada. “A assinatura é minha, não falsifiquei a assinatura de ninguém”, afirmou. 

Quintella disse que ainda não decidiu quem substituirá o deputado no conselho, mas por já ter três membros titulares no grupo além de Gurgel, pode passar a vaga para o PSD, que integra o bloco. “O problema é que ninguém quer ir para o conselho”, ironizou o líder, se referindo à pressão interna e externa sofrida pelos membros, em especial no caso Cunha.

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