Ibama afirma que desastre com óleo no Brasil é ‘inédito’

Presidente do órgão esclareceu que conter os resíduos ainda é um desafio

  • Por Jovem Pan
  • 17/10/2019 16h59 - Atualizado em 17/10/2019 17h00
EFE/Marcos Rodrigues Manchas de óleo já se espalharam por mais de 130 praias, em nove estados do Nordeste

O presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Eduardo Bim, afirmou nesta quinta-feira (17) que as prioridades tomadas por todos os órgãos federais, estaduais e municipais são identificar e recolher o mais rápido possível as manchas de óleo que já se espalharam por nove estados do Nordeste.

Ele informou, ainda, que o desastre é inédito no mundo e que conter os resíduos ainda é um desafio. A meta, de acordo com ele, é fazer com que a substância não retorne ao oceano. O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, explicou na última semana que a contenção é difícil, pois o óleo é mais pesado e fica abaixo do nível da água. Ou seja, não é possível cercar a área e retirar o produto.

Uma das propostas estudadas para reter o petróleo era a instalação de barreiras de contenção. No entanto, o presidente do Ibama destacou que essa ação não se aplica à atual situação, mas sim aos vazamentos ordinários de óleo, em que a mancha fica na superfície das águas.

Suspeitas

Na mesma audiência, ao falar sobre as investigações, o almirante Alexandre Rabello de Faria, chefe do Estado Maior do Comando de Operações Navais, lembrou que, até agora, a única certeza nas investigações é que o DNA do óleo bruto é venezuelano.

Apesar disso, não é possível afirmar como e nem por quem ele foi derramado. O militar acredita que o desastre foi um ato criminoso e comparou a situação a uma bala perdida que atingiu a costa brasileira. Para ele, resta saber de quem disparou a arma.

O almirante também ressaltou que pelo menos quatro hipóteses são estudadas e nenhuma está descartada, a começar por acidente na transferência de óleo de um navio para o outro. A operação chamada de sheep to sheep [ovelha para ovelha] não é a principal delas porque dificilmente ocorreria em alto mar.

Outra possibilidade, considerada remota, é o naufrágio de um navio petroleiro. Também não estão descartadas a hipótese de derramamento acidental de navio por rompimento de casco e derramamento intencional.

Ainda segundo o chefe do Estado Maior do Comando de Operações Navais, 1,5 mil militares estão trabalhando nessa operação, além de sete navios que  navegam na costa brasileira procurando manchas. Há ainda um helicóptero com um sonar, mas não foram encontradas manchas na superfície do mar. O militar explicou que não é o caso de usar submarinos porque a mancha é silenciosa e não pode ser detectada por sensores acústicos.

* Com informações da Agência Brasil

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.