ICMBio prorroga até o dia 14 suspensão de visitas a Abrolhos
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) decidiu prorrogar até o dia 14 a suspensão de visitas ao Parque Nacional Marinho de Abrolhos, no litoral da Bahia. A expectativa é que o local possa ser reaberto aos turistas no feriado de 15 de novembro.
A suspensão das visitações entrou em vigor na segunda-feira (4), dois dias após o vazamento de óleo que já poluiu diversas praias e mangues dos nove estados da região Nordeste terem atingido uma área do parque nacional.
O ICMBio garante que, até o início da noite desta terça-feira (5), nenhum novo vestígio de óleo tinha sido encontrado na região. Ainda assim, por precaução, optou por prorrogar a suspensão a fim de facilitar o trabalho de controle e remoção do óleo, e também para minimizar ao máximo os eventuais riscos à saúde de turistas.
O instituto não descarta, no entanto, que as correntes marítimas podem voltar a carregar novos fragmentos do produto para o arquipélago, que está sendo monitorado não só por navios da Marinha e equipes do ICMBio, mas também por pesquisadores, ambientalistas, pescadores e mergulhadores autônomos.
Prevenção
Naquela dia, o ministro garantiu que apenas “algumas poucas e pequenas manchas” de óleo bruto tinham chegado ao arquipélago, e que a substância poluente estava sendo “prontamente recolhida”, inclusive com a ajuda de pescadores voluntários.
Segundo o ICMBio, uma barreira de contenção foi montada no estuário do rio Caravelas para tentar impedir que o óleo atinja o local. Cedida pela empresa Suzano Papel e Celulose, a barreira de lona sintética tem 84 centímetros de altura, sendo que 42 centímetros ficam submersos.
Óleo recolhido
Segundo o Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA), formado pela Marinha, Agência Nacional de Petróleo (ANP) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), até o último sábado(2), cerca de 4,3 mil toneladas de resíduos de óleo já tinham sido recolhidas das praias nordestinas.
Ao todo, 3.370 militares da Marinha, além de 27 embarcações da Marinha (23) e da Petrobras (4); 15 aeronaves; 140 viaturas e servidores do Ibama, do ICMBio e da Petrobras atuam na operação.
Além disso, a Polícia Federal (PF) tenta identificar os responsáveis por este que já é o maior desastre ecológico em extensão ocorrido no Brasil. Investigadores suspeitam que o óleo pode ter sido derramado por um navio de bandeira grega, o Bouboulina, a 700 km da costa brasileira.
Na sexta-feira (1º), a PF deflagrou uma operação (Mácula) e, com autorização judicial, apreendeu documentos em escritórios de empresas ligadas à proprietária do Bouboulina, a empresa Delta Tankers – que já negou ter qualquer relação com o óleo e afirma poder comprovar a regularidade de suas operações. Estudos da Petrobras atestam que o óleo cru é proveniente de campos petrolíferos na Venezuela, onde o Boubolina aportou recentemente.
*Com informações da Agência Brasil
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.