Inep vai estudar a possibilidade de Bolsonaro avaliar previamente as questões do Enem
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) vai discutir a possibilidade de o presidente Jair Bolsonaro avaliar as questões antes da aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A afirmação foi feita pelo novo chefe do órgão, Marcus Vinícius Rodrigues, ao tomar posse do cargo nesta quinta-feira (24), em Brasília.
“O presidente [Bolsonaro] foi legitimamente eleito com 62 milhões de votos. Isso vai ser conversado, dentro dos aspectos legais”, afirmou Rodrigues. O comandante do Inep é uma das únicas pessoas com autoridade para ver a prova, ainda que isso não seja uma prática comum. Nem o ministro da Educação tem acesso às questões.
Em novembro passado, ao criticar uma pergunta do Enem que abordava o pajubá – dialeto da população LGBT -, Bolsonaro afirmou que em 2019 leria a prova antes da aplicação. “O presidente representa o anseio de mudança. Vamos mudar o modelo, com responsabilidade, com coerência, dentro do legal”, disse Rodrigues.
O presidente do Inep deixou claro que o banco de questões “não terá postura ideológica” e, segundo ele, deverá priorizar o “preciso para medir conhecimentos”. Rodrigues ainda indicou que não há riscos de vazamento. “Trabalhei em poucas empresas com níveis de segurança como o do Inep. A estrutura é muito segura. Isso nos deixa muito tranquilos.”
Ideologias
Engenheiro, Rodrigues, ainda nos primeiros minutos do discurso de posse, agradeceu a Deus pela indicação ao cargo, citou família, pátria e criticou “ideologias e crenças” inadequadas nas escolas, que, segundo ele, teriam “origens em interpretações superficiais de pseudointelectuais ou de um oportunismo pseudo partidário”.
“Precisamos de uma nova escola, com novos paradigmas, que resgatem novos valores e tenham como diretrizes o respeito à família e à pátria.” De acordo com ele, esses são os principais objetivos do Inep. Depois, em entrevista, Rodrigues afirmou que pretende melhorar a qualidade, a confiança nos sistemas usados pelo instituto e reduzir custos.”
*Com informações do Estadão Conteúdo
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