José Serra e Michel Temer negociam pacto para um novo governo; vice nega

  • Por JP com Agência Estado
  • 21/03/2016 14h28
O senador José Serra, o ministro da aviação, Eliseu Padilha e o vice-presidente Michel Temer comparecem ao velório do ex-deputado Paes de Andrade, no Salão Negro do Congresso Nacional (Marcelo Camargo/Agência Brasil) Marcelo Camargo/Agência Brasil - 18/06/15 José Serra e Michel Temer

O senador José Serra (PSDB-SP) afirmou que o vice-presidente Michel Temer (PMDB) deve assumir compromissos com a oposição e com o País caso a presidente Dilma Rousseff seja afastada da Presidência. O tucano afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que o vice tem de se comprometer a não concorrer à reeleição, não interferir nas disputas municipais deste ano, não promover uma caça às bruxas e montar um Ministério “surpreendente”.

Serra tem conversado com empresários, nomes do mercado e do Judiciário e com políticos sobre a possibilidade de Temer assumir, caso Dilma seja afastada pelo Congresso. Entre esses interlocutores estão os ex-ministros Nelson Jobim e Armínio Fraga, o deputado Roberto Freire (PPS-SP) e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Apesar de sempre ser apontado como provável ministro de Temer, ele diz que o PSDB deve esperar para discutir cargos. No entanto, o senador, economista de formação, está ajudando Temer nos primeiros diálogos sobre o chamado Plano de Reconstrução Nacional, e aponta as áreas da infraestrutura e de exportações como vitais para o sucesso da empreitada. Na avaliação de Serra, “o novo governo não deve realizar nenhum tipo de retaliação a nenhuma força política”.

O senador ressaltou também que, caso Temer assuma, “haverá a necessidade de um compromisso de ele não disputar a reeleição”, destacando PEC que corre nesse sentido. O tucano entende que a eventual saída de Dilma não se dará pelo Tribunal Superior Eleitoral “por questão de tempo”. 

Em resposta, Temer negou que tenha porta-voz. “Michel Temer não tem porta-voz, não discute cenários políticos para futuro governo e não delegou a ninguém anuncio de decisões sobre sua vida pública”, disse a assessoria do vice-presidente da República em nota. “Quando tiver que anunciar algum posicionamento, ele mesmo o fará, pessoalmente, sem intermediários”, conclui.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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