Lava Jato tenta bloquear R$ 50 mi de Mantega e encontra R$ 35 mil

Força-tarefa tem afirmado que ele tem dado versões “totalmente incoerentes” sobre suas contas

  • Por Jovem Pan
  • 02/09/2019 18h15
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Ed Ferreira/Estadão Conteúdo O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega

Atendendo a determinação da Polícia Federal no âmbito da 63ª fase da Operação Lava Jato, batizada Carbonara Chimica, o Banco Central tentou efetuar o bloqueio de até R$ 50 milhões do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, mas encontrou apenas R$ 35.937,46 em suas contas bancárias.

As investigações miram supostas propinas de R$ 118 milhões em contrapartida à edição das Medidas Provisórias 470 e 472, que concederam o direito de pagamento dos débitos fiscais do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) com a utilização de prejuízos fiscais de exercícios anteriores.

A força-tarefa chegou a pedir a prisão de Mantega, que foi rejeitada pelo juiz Luiz Antonio Bonat, da 13ª Vara Federal do Paraná. O magistrado impôs ao ex-ministro o uso de tornozeleira eletrônica, o que, depois, acabou sendo derrubado por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes.

Bonat determinou também o bloqueio de R$ 555 milhões de todos os investigados. Com relação a Mantega, o juiz impôs a cautelar em até R$ 50 milhões. A outros executivos da Odebrecht, o valor chega aos R$ 128 milhões.

No entanto, pela segunda vez, reduzidos valores foram encontrados nas contas do ex-ministro. Em setembro de 2016, ele já havia sido alvo da Arquivo X, fase 24 da Lava Jato, que mirava supostas propinas em contratos do pré-sal. À época, apenas R$ 4.447,55 foram encontrados.

Apesar dos valores, Mantega já confessou ter uma conta secreta de US$ 600 mil na Suíça, valor atribuído por ele como resultado da venda de um imóvel que herdou do pai. A força-tarefa, no entanto, tem afirmado que ele tem omitido e dado versões “totalmente incoerentes” sobre suas contas no exterior. “A toda evidência, a conduta adotada por Guido Mantega em propositalmente omitir a existência de valores no exterior revela a persistência de seu intuito de ocultação de recursos ilícitos”, dizem os procuradores.

“Esta operação é muito importante para a defesa de Guido Mantega porque vai ajudar a provar que ele nunca recebeu um centavo da Odebrecht ou de quem quer que seja”, afirma o advogado de defesa, Fábio Tofic Simantob.

*Com Estadão Conteúdo

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