Lula quer “caciques” do PT na disputa pela Câmara em 2018

  • Por Estadão Conteúdo
  • 25/11/2016 08h08
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BRA01 RIO DE JANEIRO (BRASIL), 26/09/16.- El expresidente brasileño, Luiz Inácio Lula da Silva participa en el acto electoral de la candidata a la Alcaldía de Río de Janeiro, Jandira Feghali, hoy, lunes, 26 de septiembre de 2016, en la zona oeste de la ciudad de Río de Janeiro (Brasil). EFE/Marcelo Sayão EFE/Marcelo Sayão Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem defendido junto a correligionários que o PT, partido que ocupou o Executivo federal durante 13 anos e disputou todas eleições presidenciais desde a redemocratização, recue e adote a estratégia de priorizar a eleição de deputados federais no pleito de 2018. 

A ideia de Lula é que os principais quadros do partido, ex-ministros, ex-governadores, ex-prefeitos, deixem seus projetos individuais de lado e se candidatem à Câmara com o objetivo de puxar votos para os demais nomes do PT. 

Entre os nomes citados estão os de Fernando Haddad, Luiz Marinho, Eduardo Suplicy, Jaques Wagner, Lindbergh Farias, Tarso Genro, Olívio Dutra, Marcio Pochmann, José Guimarães, Ideli Salvatti, Gleisi Hoffmann, Patrus Ananias, Aloizio Mercadante e Humberto Costa, entre outros. 

A possibilidade de que o PT tenha uma queda drástica no número de deputados se tornou uma preocupação para Lula. Nas últimas semanas, ele manobrou para esvaziar ameaças debandada vindas do Muda PT, grupo formado pelas cinco maiores correntes de esquerda do partido e que tem a maioria da bancada petista na Câmara. 

O temor de Lula se acentuou depois do fracasso histórico da legenda nas eleições municipais. Interlocutores do ex-presidente avaliam que o resultado de 2016 é apenas um sinal do que deve ocorrer em 2018. Alguns dirigentes avaliam que a bancada, hoje com 58 deputados, pode ser reduzida a 20 nomes.

Com isso, o PT perderia tempo na TV, verbas do Fundo Partidário e relevância nas principais discussões no Congresso. 

A ideia de Lula ainda não foi discutida formalmente pelo partido O PT deve traçar a estratégia eleitoral somente em abril do ano que vem, no 6.º Congresso Nacional da legenda. No evento será escolhida a nova direção do partido e as correntes internas começaram a definir nomes para a presidência.

As correntes Novo Rumo e Esquerda Popular Socialista lançaram um novo bloco, no sábado, para contrapor ao Muda PT. Um seminário, que será realizado nesta sexta (25) e sábado em São Paulo, vai discutir o movimento. Entre os convidados estão o senador Lindbergh Farias, o presidente do PT-RJ, Washington Quaquá, o coordenador do MTST, Guilherme Boulos, e o coordenador do MST, João Paulo Rodrigues. Rui Falcão, presidente nacional do partido, e membro da Novo Rumo, também participará do evento.

Lindbergh

Durante o seminário, a corrente de Falcão vai manifestar apoio à candidatura de Lindbergh à presidência do partido. Já a tendência majoritária Construindo um Novo Brasil (CNB) vai insistir na tentativa de que Lula aceite presidir o PT temporariamente, por dois anos, mas também discute outros nomes. Líderes do Muda PT defendem que o presidente do partido seja Haddad, mas o prefeito já recusou a proposta. 

Lula cancelou sua presença em ato marcado para este domingo (27), na Avenida Paulista. O motivo alegado é a ausência do ex-presidente do Uruguai José Pepe Mujica.

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