Maia afirma que é ‘impossível’ flexibilizar regra do teto dos gastos
Instrumento limita o crescimento das despesas do Orçamento à inflação
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quarta-feira (4) que é “impossível” flexibilizar a regra do teto dos gastos – instrumento que limita o crescimento das despesas do Orçamento à inflação. Para ele, o “problema não está em discutir o teto dos gastos, mas sim as despesas”.
Sem o apoio de Maia, a pressão da Casa Civil e de militares para mudar o controle dos gastos públicos tem poucas chances de prosperar no Congresso.
“Você abrir o teto é você não tratar o problema. É você esconder o problema, aumentar a despesa, aumentar o endividamento e gerar uma nova crise no futuro. É por isso que tem que manter o teto”, defendeu.
Desde o início do governo, o presidente da Câmara é um avalizador das reformas econômicas junto ao Parlamento. Ele conduziu a votação das mudanças nas regras de aposentadoria e deu início à discussão da reforma tributária. Sem o seu apoio, avaliam líderes, nenhuma mudança terá força para avançar no Congresso.
Mudança divide alas política e econômicas
A possibilidade de alterar a norma divide as alas política e econômicas da gestão do presidente Jair Bolsonaro. O assunto chegou a ser discutido em reunião da Junta de Execução Orçamentária (JEO), quando o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou sua posição contrária. A JEO é formada por Guedes e o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
Na manhã desta quarta, Bolsonaro indicou que pode apoiar proposta de mudança na regra do teto, mas não deixou claro o que pretende fazer efetivamente.
A avaliação de membros da Casa Civil e de militares é que mesmo que o governo consiga reduzir os gastos e aumentar a arrecadação, o teto de gastos vai limitar investimentos em obras e programas do governo, dificultando a estratégia do presidente de deixar a sua marca.
O governo também estuda incluir outras medidas, além das previstas no teto, para acelerar o ajuste. Maia afirmou que a saída é o Planalto encaminhar uma reforma administrativa. “Vamos estressar esse problema e vamos resolver esse problema. O governo encaminha a reforma administrativa para que a gente possa ter um Estado que custe menos ao cidadão”, disse.
* Com informações do Estadão Conteúdo
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