Marcelo Crivella é preso no Rio em operação contra ‘QG da propina’

O empresário Rafael Alves, o delegado Fernando Moraes e o ex-senador Eduardo Lopes também são alvos da ação; o prefeito do Rio foi preso em casa nas primeiras horas da manhã desta terça-feira, 22

  • Por Jovem Pan
  • 22/12/2020 06h29 - Atualizado em 22/12/2020 15h06
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SAULO ANGELO/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO crivella-coronavirus A prisão aconteceu em operação conjunta da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ)

O prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), foi preso nesta terça-feira, 22. A prisão aconteceu em operação conjunta da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ). Além de Crivella, o empresário Rafael Alves e o delegado Fernando Moraes também foram presos. O ex-senador Eduardo Lopes, alvo da operação, não foi localizado em casa. Marcelo Crivella foi encaminhado para a Cidade da Polícia, na zona norte da capital fluminense, e depois transferido para o presídio de Benfica. O atual prefeito do Rio de Janeiro foi preso na sua residência, na Barra da Tijuca. O mandatário afirmou que quer justiça e que sua prisão é uma grande injustiça, Crivella declarou também que, ao longo de seu mandato, foi o governante que mais combateu desvios e irregularidades na esfera municipal. “Eu sou inocente, eu não sei o que está ocorrendo. É uma perseguição política, contrariados por interesses que combati. Lembrem que lutei contra todas as empreiteiras, lutei contra o pedágio injusto, tirei recursos do carnaval. Foi o governo que mais atuou contra a corrupção no Rio de Janeiro.”

A ação conjunta é um desdobramento Operação Hades, que investiga um suposto ‘QG da Propina’ na prefeitura da capital fluminense. Na época, agentes da Polícia e do Ministério Público estiveram na casa de Crivella cumprindo mandados de busca e apreensão. Segundo investigações, que tiveram como origem a delação de um doleiro, havia um esquema de propina na esfera municipal, o que originou a expressão “QG da propina”. A suspeita é que contratos fechados com a Prefeitura do Rio de Janeiro com prestadores de serviço continham uma espécie de “pedágio”, taxa de propina revertida para a esfera municipal e utilizada para bancar financiamento de campanha e pessoas físicas. Segundo a investigação, o núcleo do esquema seria a Riotur, empresa de turismo do Rio de Janeiro.

O mandado de prisão, obtido pela Jovem Pan, revela o deferimento da prisão de Crivella com base no pedido do MP-RJ. “Defiro em parte o pedido do Ministério Público e decreto a prisão preventiva do denunciado Marcelo Bezarra Crivella, determinando que se expeça imediatamente o competente mandado de prisão”, determina a desembargadora Rosa Helena Penna Macedo Guita. Além do endereço da Barra da Tijuca, as diligências também foram realizadas em outros locais incluindo a chamada Pequena Gávea, residência oficial do prefeito, no Alto da Boa Vista, o Palácio da Cidade, em Botafogo, a Cidade das Artes, na Barra da Tijuca, além do Centro Administrativo São Sebastião (CASS), no bairro da Cidade Nova. Em nota, o Ministério Público do Rio de Janeiro confirmou a operação conjunta com a Polícia Civil para “cumprir mandados de prisão contra integrantes de um esquema ilegal que atuava na Prefeitura do Rio”. No entanto, de acordo com o órgão, “em razão do sigilo decretado pela Justiça”, outras informações não serão fornecidas. Procurada pela reportagem, a defesa de Crivella ainda não se pronunciou.

*Com informações do repórter Rodrigo Viga

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