Moro elogia ‘decisão acertada’ de Temer em caso Battisti: ‘Asilo tinha motivação político-partidária’

Lucio Tavora - Estadão Conteúdo "Os países têm que cooperar entre eles contra a criminalidade", resumiu o ex-juiz federal

O futuro ministro da Justiça e da Segurança Pública Sergio Moro deu uma breve coletiva de imprensa em Brasília, na tarde desta segunda-feira (17), em que anunciou um novo nome de sua equipe – Maria Hilda Marsiaj Pinto como Secretária Nacional de Justiça – e comentou a extradição de Cesare Battisti, assinada pelo presidente Michel Temer.

“Minha avaliação do caso é muito simples. Os países têm que cooperar entre eles contra a criminalidade. O senhor Battisti foi condenado por homicídios na Itália e lá existe um Judiciário forte e independente, não cabe ao Brasil avaliar o mérito da condenação. O asilo foi dado com motivações político-partidárias. Em boa hora isso foi revisto. É uma decisão acertada. Lamentavelmente a pessoa se encontra foragida. Ele retornando, cabe a ele levar supostas reclamações aos órgãos do justiça italianos”, disse.

Questionado pelos jornalistas presentes se tem acompanhado as buscas pelo foragido, alegou que “ainda não assumiu o ministério” e que o caso “não está sob sua responsabilidade”.

A extradição

Temer assinou na última sexta-feira (14) o decreto de extradição de Cesare Battisti, condenado por homicídios cometidos na Itália na década de 1970. O ex-ativista está foragido.

A detenção do italiano foi determinada na quinta (13) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal(STF) Luiz Fux, que alegou que a decisão teve “critério técnico“. Battisti chegou ao País em 2004 e sua “entrega” à Itália foi impedida por Luiz Inácio Lula da Silva no último dia de mandato. A extradição era um desejo declarado do presidente eleito Jair Bolsonaro.