Moro se diz alvo de campanha de fake news: ‘Verdade acima de tudo. Fazer a coisa certa acima de todos’

  • Por Jovem Pan
  • 26/04/2020 15h38
Isac Nóbrega/PR O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro Moro disse que está sendo alvo de campanha de fake news

Sergio Moro usou seu Twitter, neste domingo (26), para afirmar que tem sofrido com uma campanha de fake news contra ele. Desde que anunciou sua demissão do posto do Ministério de Justiça e Segurança Pública, na sexta-feira, o ex-juiz tem sido alvo de críticas de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.

“Tenho visto uma campanha de fake news nas redes sociais e em grupos de whatsapp para me desqualificar. Não me preocupo; já passei por isso durante e depois da Lava Jato. Verdade acima de tudo. Fazer a coisa certa acima de todos”, escreveu o ex-juiz.

Durante todo o fim de semana, Moro e Bolsonaro trocaram acusações nas redes sociais. Neste domingo, Bolsonaro afirmou: “Lamentavelmente o ex-ministro mentiu sobre interferência na PF. Nenhum superintendente foi trocado por mim. Todos foram indicados pelo próprio ministro ou diretor geral. Para mim, os bons policiais estão em todo o Brasil e não apenas em Curitiba, onde trabalhava o então juiz.”

Demissão de Moro

“Falei ao presidente que seria uma interferência política e ele disse que seria mesmo”, relatou Moro sobre a conversa com Bolsonaro em relação à troca de Valeixo. “O problema não é a questão de quem colocar, é por que trocar e permitir a interferência política na Polícia Federal”, continuou.

Segundo Moro, o presidente Jair Bolsonaro queria que Valeixo fosse substituído por alguém da confiança dele e de quem fosse próximo. “O presidente me disse mais de uma vez que queria uma pessoa do contato pessoal dele, que ele pudesse ligar, colher informações e relatórios de inteligência”, explicou. “Não é o papel da Polícia Federal prestar esse tipo de informação”, defendeu o ex-ministro, citando que nem os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, investigados pela Lava Jato, fizeram isso.

“Ele me disse isso expressamente, pode ou não confirmar, mas não entendi apropriado. Se esse alguém [novo diretor-geral], sendo da corporação e aceitando substituição, não conseguir dizer ‘não’ a uma proposta assim, fico na dúvida se vai dizer ‘não’ em relação a outros temas”, continuou o ex-juiz federal.

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