‘Nosso discurso tem risco’, diz Tarcísio sobre atos violentos de policiais
Pressionado por denúncias contra PMs em São Paulo, governador participou de evento sobre segurança pública ao lado de Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça, e Gilmar Mendes, ministro do STF
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, reconheceu que sua abordagem sobre segurança pública, que enfatiza o uso da força policial, pode ter contribuído para o aumento da violência policial no Estado. Durante um evento do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), ele descreveu a segurança pública como uma “ferida aberta” e ressaltou que suas palavras têm um impacto significativo, podendo influenciar a conduta dos policiais. “Tem que parar para pensar onde estamos errando. Se erramos no discurso… O nosso discurso tem risco. No nosso discurso, a gente dá o direcionamento”, disse.
Tarcísio também voltou a reconhecer que estava errado em se opor ao uso de câmeras corporais por policiais. Essas declarações surgem em um momento delicado, marcado por uma crise de opinião pública em relação à segurança, intensificada por incidentes de violência policial, como o caso de um PM que arremessou um homem de uma ponte e a trágica morte de um menino em Santos. Esses eventos têm gerado um clamor por mudanças na abordagem da segurança.
O governador, que anteriormente minimizava as denúncias de abusos policiais, agora admite que sua retórica pode ter sido inadequada. A professora Joana Monteiro, presente no evento, enfatizou a relevância do discurso político na atuação das forças de segurança e a urgência de investimentos em estratégias eficazes para o combate ao crime. Ela é coordenadora do Centro de Ciência Aplicada à Segurança Pública da Fundação Getúlio Vargas. Também participaram do evento o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes e o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite — este último, porém, não discursou.
Lewandowski também se manifestou sobre a situação, destacando a necessidade de aprovação da PEC da Segurança Pública. Essa proposta visa constitucionalizar o Sistema Unificado de Segurança Pública, o que permitiria a criação de diretrizes nacionais mais robustas. Tarcísio expressou apoio à ideia de convocar os governadores para discutir essa proposta, embora haja resistência entre os Estados em relação à possível perda de autonomia sobre suas forças de segurança.
Publicada por Felipe Dantas
*Reportagem produzida com auxílio de IA
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