Novo antiviral para a dengue apresenta resultados promissores em testes clínicos
JNJ-1802 demonstrou atividade inédita contra o vírus e foi considerado seguro e bem tolerado; agora, passará por um estudo maior, envolvendo voluntários em dez países, incluindo o Brasil
Um novo antiviral para a dengue, desenvolvido pela Janssen, divisão farmacêutica da Johnson & Johnson, apresentou resultados promissores em testes clínicos com humanos. A empresa divulgou os primeiros resultados da segunda fase dos estudos durante o Encontro Anual da Sociedade Americana de Medicina Tropical e Higiene, realizado em Chicago, nos Estados Unidos. O medicamento, chamado JNJ-1802, demonstrou uma atividade inédita contra o vírus e foi considerado seguro e bem tolerado. Agora, o remédio passará por um estudo maior, envolvendo voluntários em dez países, incluindo o Brasil.
O estudo, embora pequeno, mostrou que o JNJ-1802 possui potencial para combater o vírus da dengue no organismo. Os resultados positivos obtidos até o momento trazem esperança no enfrentamento dessa ameaça global. Marnix Van Loock, líder da divisão de Patógenos Emergentes da Janssen, ressaltou a importância desses resultados promissores. O medicamento será avaliado em um estudo mais amplo, que irá determinar sua eficácia em voluntários do mundo real. O teste realizado foi chamado de desafio humano, no qual voluntários saudáveis foram expostos intencionalmente ao vírus para testar a eficácia do medicamento. Cerca de 54 voluntários foram recrutados e divididos em grupos para receber diferentes dosagens do JNJ-1802 ou placebo. Durante 26 dias, os participantes receberam doses diárias do medicamento ou placebo e, no quinto dia, foram expostos a uma versão atenuada do vírus da dengue.
Durante os 85 dias de monitoramento, os pesquisadores observaram uma resposta dose-dependente, ou seja, os voluntários que receberam a dosagem mais alta do medicamento apresentaram níveis significativamente mais baixos de detecção do vírus em comparação com o grupo placebo. O JNJ-1802 age bloqueando as proteínas utilizadas pelo vírus da dengue para se replicar no organismo e causar a infecção. Agora, a próxima fase do estudo envolverá aproximadamente 2 mil voluntários e avaliará o efeito do medicamento contra a contaminação pelo mosquito.
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