‘Número em estoque é compatível com um país de 212 milhões de habitantes’, diz Pazuello sobre testes
Ministro afirma que todas as demandas dos estados e municípios foram atendidas pelo Ministério da Saúde
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, esteve presente na Comissão Mista da Covid-19 do Congresso Federal na manhã desta quarta-feira, 2, para explicar a validade dos testes de Covid-19. A convocação ocorreu após o jornal O Estado de S. Paulo revelar, em 22 de novembro, a informação de que 6,86 milhões de testes para o diagnóstico do coronavírus comprados pelo Ministério da Saúde perderão a validade entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021. O ministro informou que o governo federal dispõe do quantitativo de 6 milhões de testes em estoque e afirmou que o número é “compatível com um país de 212 milhões de habitantes”. Segundo Pazuello, os depósitos da pasta em Guarulhos tem “capacidade de estocagem e armazenamento de primeiro mundo”. “Isso permite que a gente tenha um padrão de manter esse teste em uso da melhor forma”, completou.
De acordo com ele, 9 milhões de testes RT-PCR foram distribuídos para todo o país durante a pandemia. Os estados e municípios têm disponível, hoje, cerca de 2 milhões de testes e o Ministério da Saúde ainda possui 6 milhões de testes em estoque, diz o Ministro. O ministro foi perguntado sobre a demora para o início do programa Diagnosticar para Cuidar, que começou a operar em junho, três meses após o início da pandemia, e também foi indagado sobre a quantidade de testes em estoque. “Quando o ministério adquiriu milhões de testes, precisava organizar logisticamente laboratórios e estruturas de testagem, e isso não é feito de um dia para noite”, iniciou. “O ministério trabalhou com os estados, capacitou o pessoal, estruturou os lacentes e construiu quatro centros de testagem, amplificando a capacidade de testagem para chegarmos em números compatíveis com a nossa demanda populacional”, explicou Pazuello. “A partir de agosto, foram realizados 1 milhão de testes mensais após a estruturação e funcionamento de laboratórios Lacen (Laboratório Central de Saúde Pública).”
“É importante ressaltar que esse volume (de 6 milhões de testes em estoque) é absolutamente necessário, pois caso um estado necessite de aporte emergencial, precisamos ter testes para atender”, disse o ministro. “O número em estoque é compatível com um país de 212 milhões de habitantes. Cabe lembrar que os estados não possuem local para armazenagem tão ampla de testes, então nós atendemos por demanda”, completou Pazuello, que afirmou que, com a queda de casos entre agosto e outubro, a demanda por testes também diminuiu. Ele garante que todas as demandas de testes foram atendidas e que “não é o teste que diagnostica, é o médico, com auxílio de tomografia e epidemiologia dos casos entorno”.
Sobre o vencimento dos lotes, Pazuello disse que o ministério “nunca partiu da premissa de que os testes iam vencer em dezembro”. “É preciso compreender uma coisa: os testes, quando foram comprados, as validades dos testes estava para 2021, para 2022 e até para 2023. Na caixa, foi feito um registro inicial com a Anvisa e a empresa, dando uma validade pequena, emergencial para iniciar o uso, de oito meses.” O secretário de vigilância em saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Correia Medeiros, já havia detalhado os detalhes durante audiência pública na Câmara dos Deputados. “Essa validade inicial seria e será renovada, porque os componentes dos testes, como foi apresentado na Comissão Externa da Câmara, têm a validade muito mais estendida. Nós sempre soubemos disso. Isso não é uma novidade”, garantiu. A pasta recebeu m documento da Organização Panamericana de Saúde (Opas) informando que a estabilidade estendida dos exames RT-PCR adquiridos pelo ministério seriam de pelo menos 12 meses. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deverá analisar os dados para autorizar a prorrogação do validade dos testes.
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