Nuzman renuncia à presidência do Comitê Olímpico Brasileiro

O presidente do Comitê Olimpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, renunciou ao cargo nesta quarta-feira (11), durante assembleia extraordinária realizada nesta tarde pela entidade. A carta de renúncia foi lida pelo advogado de Nuzman, Sergio Mazzello, durante a assembleia  do COB.

A assembleia, que havia sido convocada para debater outra carta de Nuzman,  divulgada na semana passada, na qual ele pedia afastamento da presidência, agora delibera sobre os desdobramentos da renuúcia. Pelo estatuto, deve assumir o vice-presidente Paulo Wanderley. Dos 30 presidentes de confederações nacionais esportivas aptos a votar, 28 estão presentes. Também tem direito a voto oito membros natos escolhidos pela assembleia, um intrgrante do Comitê Olímpico Internacional (COI) e um representante dos atletas, o judoca Thiago Camilo.

Nuzman e o ex-diretor-geral da Rio 2016 Leonardo Gryner foram presos temporariamente na quinta-feira (5). Ambos são investigados pela Polícia Federal (PF) na Operação Unfair Play – Segundo Tempo, um desdobramento da Unfair Play, que revelou a compra de votos para a escolha do Rio de Janeiro como sede olímpica de 2016. Nuzman é apontado como responsável pelo pagamento de propina a membros do Comite Olímpico Internacional (COI).

Em setembro, Nuzman já havia sido encaminhado à delegacia para prestar depoimento na operação Unfair Play e, na ocasião, exerceu o direito de permanecer em silêncio.

Nuzman e Gryner seriam soltos na segunda-feira (9), mas o juiz Marcelo Bretas acatou o pedido do Ministério Público Federal (MPF) e transformou as duas prisões temporárias em preventivas. Sendo assim, não há mais prazo para que eles sejam colocados em liberdade, o que só ocorrerá por nova decisão judicial. Os advogados de defesa já protocolaram na Justiça um novo pedido de soltura.

Atletas protestam

Do lado de fora da sede do COB, atletas e ex-atletas protestavam com cartazes e palavras de ordem pedindo “diretas, já” na entidade. Eles defendem uma reforma no estatuto que dê direito de voto a todos os atletas brasileiros.

“São cerca de 400 mil federados no Brasil que não participam do processo de escolha dos dirigentes do COB”, diz o ex-nadador Djan Madruga, medalhista nos Jogos Olímpicos de Moscou em 1980 e um dos organizadores do ato. Ele defende a convocação imediata de eleições no comitê olímpico.

Dirigentes da Federação de Tênis do Estado do Rio de Janeiro apoiaram os manifestantes. No ano passado, a entidade fez sua primeira eleição após reformar o estatuto e dar poder de voto a todos tenistas. Até então, apenas os dirigentes de clubes votavam.

“Ainda é um movimento tímido. Com toda uma vida de estrutura antidemocrática, os atletas estão anestesiados e não têm impulso de reivindicação do que é deles, que é o esporte. Mas, aos poucos, acredito que eles irão superar o medo e abrir a consciência para o mal que vem sendo feito com eles e com o Brasil”, disse Renato Cito, presidente eleito com voto dos atletas.

  • Por Léo Rodrigues – Repórter da Agência Brasil
  • 11/10/2017 16h53
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O presidente do Comitê Olimpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, renunciou ao cargo nesta quarta-feira (11), durante assembleia extraordinária realizada nesta tarde pela entidade. A carta de renúncia foi lida pelo advogado de Nuzman, Sergio Mazzello, durante a assembleia  do COB.

A assembleia, que havia sido convocada para debater outra carta de Nuzman,  divulgada na semana passada, na qual ele pedia afastamento da presidência, agora delibera sobre os desdobramentos da renuúcia. Pelo estatuto, deve assumir o vice-presidente Paulo Wanderley. Dos 30 presidentes de confederações nacionais esportivas aptos a votar, 28 estão presentes. Também tem direito a voto oito membros natos escolhidos pela assembleia, um intrgrante do Comitê Olímpico Internacional (COI) e um representante dos atletas, o judoca Thiago Camilo.

Nuzman e o ex-diretor-geral da Rio 2016 Leonardo Gryner foram presos temporariamente na quinta-feira (5). Ambos são investigados pela Polícia Federal (PF) na Operação Unfair Play – Segundo Tempo, um desdobramento da Unfair Play, que revelou a compra de votos para a escolha do Rio de Janeiro como sede olímpica de 2016. Nuzman é apontado como responsável pelo pagamento de propina a membros do Comite Olímpico Internacional (COI).

Em setembro, Nuzman já havia sido encaminhado à delegacia para prestar depoimento na operação Unfair Play e, na ocasião, exerceu o direito de permanecer em silêncio.

Nuzman e Gryner seriam soltos na segunda-feira (9), mas o juiz Marcelo Bretas acatou o pedido do Ministério Público Federal (MPF) e transformou as duas prisões temporárias em preventivas. Sendo assim, não há mais prazo para que eles sejam colocados em liberdade, o que só ocorrerá por nova decisão judicial. Os advogados de defesa já protocolaram na Justiça um novo pedido de soltura.

Atletas protestam

Do lado de fora da sede do COB, atletas e ex-atletas protestavam com cartazes e palavras de ordem pedindo "diretas, já" na entidade. Eles defendem uma reforma no estatuto que dê direito de voto a todos os atletas brasileiros.

"São cerca de 400 mil federados no Brasil que não participam do processo de escolha dos dirigentes do COB", diz o ex-nadador Djan Madruga, medalhista nos Jogos Olímpicos de Moscou em 1980 e um dos organizadores do ato. Ele defende a convocação imediata de eleições no comitê olímpico.

Dirigentes da Federação de Tênis do Estado do Rio de Janeiro apoiaram os manifestantes. No ano passado, a entidade fez sua primeira eleição após reformar o estatuto e dar poder de voto a todos tenistas. Até então, apenas os dirigentes de clubes votavam.

"Ainda é um movimento tímido. Com toda uma vida de estrutura antidemocrática, os atletas estão anestesiados e não têm impulso de reivindicação do que é deles, que é o esporte. Mas, aos poucos, acredito que eles irão superar o medo e abrir a consciência para o mal que vem sendo feito com eles e com o Brasil", disse Renato Cito, presidente eleito com voto dos atletas.

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